Modelo cedido por Nissan do Brasil
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A cor Branco Diamond vem sempre com o teto em preto e custa R$3.100 à parte. |
Ele voltou! Faz quase dois anos que nós tivemos o primeiro contato com a oitava geração do Nissan Sentra, um dos poucos sedans médios que ainda restam no mercado brasileiro. Na ocasião, nós testamos a versão topo-de-linha Exclusive (leia a matéria completa aqui) e gostamos do design, do comportamento dinâmico e da lista de recursos do japonês, mas ele também cometeu sérios deslizes que reduziram sua nota na avaliação geral. Será que a linha 2025 trouxe as melhorias necessárias? Nós fomos descobrir.
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A única opção de cor sem o teto preto é o Cinza Grafite que sai por R$2.100 à parte. |
Por fora, a linha 2025 trouxe um novo para-choque frontal de desenho mais limpo e sem os faróis de neblina, sendo essa a única alteração no design. Não há novidades na cabine que, assim como antes, pode ser finalizada em couro preto com teto e colunas claras ou em couro "Sand" em tom de café com leite mesclado com partes em preto se você pagar R$1.700 pelo acabamento Premium, disponível unicamente para a versão Exclusive. As maiores mudanças foram na variante de entrada Advance que ganhou diversos equipamentos de série.
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Cabine não recebeu alterações... e nem precisava. |
Também não há quaisquer alterações no conjunto mecânico. O Sentra 2025 segue equipado com motor 2.0 aspirado, movido somente a gasolina, capaz de gerar até 151cv e 20kgfm e atrelado a uma transmissão automática CVT que conta com simulação de oito marchas no modo manual. Ela traz modos Sport, Eco e L, bem como paddle-shifters para trocas manuais no volante. Assim como no primeiro teste, nossa média de bons 16,7km/l (sem uso do modo Eco) em uso diário e percurso misto se repetiu, mostrando o ótimo nível de eficiência energética do sedan japonês.
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Motor 2.0 aspirado não é o mesmo da geração anterior. |
A versão Exclusive ganhou uma nova chave presencial (mas que ainda exige acionamento por botão na maçaneta ao invés de sensor), acionamento do pisca-alerta e destrava das portas em caso de acidente e o mais importante: travamento automático das portas em velocidade, uma ausência séria do modelo "pré-reestilização" que foi duramente criticada por nós na avaliação anterior. No mais, o top de linha continua com teto solar elétrico, faróis Full LED, ar digital de duas zonas, som Bose, banco do motorista com ajustes elétricos (mas sem memórias) e muito mais.
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Ajustes elétricos são apenas para o banco do condutor. |
Rodamos pouco mais de 900km com o Nissan Sentra atualizado e, na verdade, tudo isso foi pelo puro prazer de poder guiar um sedan médio em pleno 2025, uma vez que esse tipo de veículo está cada vez mais raro no mercado brasileiro: além dele, restam apenas o Toyota Corolla na ponta isolada da categoria, o novato BYD King na vice-liderança, o Volkswagen Jetta oferecido unicamente na versão esportiva GLI e, por fim, o malfadado Honda Civic em sua décima-primeira geração, vendido somente com motorização híbrida.
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Rodas aro 17 casam como uma luva no Sentra. |
Não há muito o que comentar sobre o comportamento geral do sedan além do que já foi dito na avaliação anterior, uma vez que não há alterações no conjunto mecânico. O Sentra é um carro de rodar altamente sóbrio e pacato, oferecendo um equilíbrio bastante satisfatório entre conforto e dinâmica de rodagem. O três-volumes lida com os defeitos e buracos da pista sem dar sustos ou gerar incômodos, mas também consegue se manter nos trilhos em curvas e trechos sinuosos, nos lembrando das maravilhas dos sedans médios que, por via de regra, são muito superiores em qualidade de rodagem do que os SUVs compactos, novos queridinhos do público que custam a mesma coisa.
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O espaço é apenas ok para quem vai atrás. Poderia ser melhor, mas não falta conforto. |
O que deveria ser melhor é o desempenho do motor 2.0 aspirado. Os 151cv e 20kgfm de potência e torque máximos não se sobressaem em momento algum; na verdade, é preciso pisar bem fundo e deixar a transmissão "esticar" o motor para que a força extra necessária apareça, seja para uma ultrapassagem ou qualquer outra coisa. São números inferiores aos de todos os rivais diretos e, para piorar, os mais de 1.400kg não ajudam em nada. Trocando em miúdos, o Sentra não é o tipo de carro que consegue aliar bom desempenho e bom consumo - ou você tem uma coisa ou outra.
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O novo para-choque ficou mais bonito, porém, os faróis de neblina por projetores de LED fazem falta. |
Considerações finais
As novidades do Sentra 2025 foram poucas, mas suficientes para que o convívio com o sedan médio melhorasse o que já era bom. É uma ótima compra para quem não faz questão de performance e procura uma fuga interessante dos SUVs compactos que traga um bom nível de tecnologia embarcada, conforto e até um certo status; o fato de ser figura rara pelas ruas é algo positivo, pois faz com que o Sentra pareça mais sofisticado do que o próprio Corolla, por exemplo. Custando R$188.490, o Sentra Exclusive é um top de linha que custa menos do que os rivais e até mesmo alguns SUVs compactos, mostrando-se uma compra difícil de desconsiderar.
Fotos (clique para ampliar):