Modelo cedido por Stellantis Brasil
 |
| Nossa unidade testada veio em Branco Banquise com o teto preto. Todas as opções de cores permitem que o teto venha em branco, preto ou na mesma cor da carroceria. |
Desde que foi adquirida pelo grupo Stellantis, a Citroën passou por uma completa reformulação no mercado brasileiro. A estratégia denominada C-Cubed trouxe três modelos inéditos como as novas gerações do hatch C3 (que já testamos em diferentes versões) e do C3 Aircross, agora um SUV compacto com opções de cinco e sete lugares, além do SUV-coupé Basalt, todos baseados na mesma arquitetura e com diversas características compartilhadas. Nosso teste da vez é justamente com o irmão do meio: o novo C3 Aircross.
 |
| Design robusto é, na nossa opinião, o mais acertado dentre os modelos C-Cubed. |
Lançado em novembro de 2023, o novo C3 Aircross foi o segundo produto da família C-Cubed a chegar ao mercado brasileiro e é oferecido em três versões: Feel, Feel Pack e Shine, todas disponíveis com cinco ou sete lugares. A tabela de preços atual começa em R$120.400 da variante Feel com cinco lugares e termina em R$144.190 da configuração Shine com sete assentos - nossa testada é a Shine com cinco lugares, tabelada atualmente em R$136.900, mas é possível conseguir bons descontos no ato da compra. Quando configurado no site oficial da marca, a nossa variante testada aparece por R$122.990, quase 14 mil reais de desconto.
 |
| Motor Turbo 200 é a única opção mecânica do C3 Aircross. |
Diferente dos irmãos de projeto, o C3 Aircross utiliza um único conjunto mecânico, composto pelo conhecido motor 1.0 "Turbo 200" flex de três cilindros, capaz de gerar até 130cv e 20,4kgfm, atrelado a uma transmissão automática do tipo CVT que conta com sete marchas simuladas para trocas no modo manual. É exatamente a mesma motorização presente em modelos como as novas gerações dos Peugeot 2008 (que testamos recentemente) e 208, por exemplo, tendo estreado no Fiat Pulse em 2022.
 |
| Habitáculo do C3 Aircross é bastante simples. |
Embora seja um topo-de-linha, o C3 Aircross Shine traz uma lista de equipamentos bastante modesta. Ela inclui: quatro airbags, ar condicionado, volante multifuncional com ajuste de altura (sem profundidade), faróis de neblina, luzes diurnas em LED, rodas aro 17 diamantadas, central multimídia de 10 polegadas com espelhamento sem fio para smartphones, cluster de instrumentos 100% digital de 7 polegadas, câmera de ré, sensores traseiros de estacionamento, entre outros. A categoria pede muito mais do que isso, porém, esse é um dos "truques" do C3 para custar menos do que os rivais.
 |
| Bancos contam com revestimento sintético que imita couro. |
Foram doze dias e 1.500km ao volante do C3 Aircross, o bastante para estabelecer todas as impressões possíveis sobre o SUV compacto, embora seja possível entender "qual é a dele" logo de cara. Trata-se de um veículo espaçoso, adequado para acomodar até cinco adultos confortavelmente e com uma direção bastante agradável; os pouco mais de 1.200kg do conjunto o posicionam como um dos mais leves da categoria, facilitando o trabalho do 1.0 turbo debaixo do capô.
 |
| Espaço interno é ótimo, inclusive em largura. |
Os 130cv e 20,4kgfm de potência e torque máximos do pequeno três-cilindros levam o francês com muita tranquilidade em todas as circunstâncias - melhor até do que na dupla de SUVs da Fiat. O que deixa a desejar é o consumo de combustível que, no nosso percurso misto e utilizando somente etanol, foi de 10,8km/l, uma média consideravelmente inferior ao que é possível em diferentes rivais sob as mesmas circunstâncias; é possível obter médias ligeiramente melhores na gasolina, mas de modo geral, ainda é abaixo do esperado para um 1.0 turbo.
 |
| Entre-eixos de 2,67m é o maior dentre os SUVs compactos. |
A grande decepção do C3 Aircross é no quesito segurança: além de não haver absolutamente nenhuma assistência semiautônoma de condução, o modelo já passou pelo Latin NCAP e simplesmente zerou o teste, inclusive com ressalvas negativas do órgão a respeito do desempenho do SUV compacto. Apesar disso, tanto a estrutura geral quanto a área dos pés foram consideradas estáveis e capazes de suportar cargas maiores, o que significa que a qualidade construtiva do modelo não é das piores: com a oferta correta de equipamentos de segurança, talvez o C3 Aircross se saísse melhor nos testes de colisão.
 |
| Até pouco mais da metade do teste, a média de consumo ainda era um pouco melhor. |
Outro ponto negativo é o acabamento extremamente simplório: o plástico rígido predomina por todos os cantos da cabine, até mesmo nos apoios de braço das portas e, para piorar, a percepção visual do material não é das melhores. Para compensar, são quase 500 litros de porta-malas e o maior entre-eixos da categoria com 2,67 metros, o que se traduz em um habitáculo altamente versátil para uma família, por exemplo. Freios e suspensão também se mostraram bastante adequados para o SUV compacto.
 |
| C3 Aircross é o único C-Cubed a trazer rodas aro 17. |
Considerações finais
A proposta do C3 Aircross é muito óbvia e direta: ele foi feito para quem não pode abrir mão de espaço interno e também precisa de desempenho, deixando outros aspectos de lado em favor de um preço mais em conta. O mesmo não pode ser dito da variante de sete lugares, pois até mesmo crianças não ficarão tão confortáveis na terceira fila de assentos devido ao espaço extremamente limitado para a acomodação de tantos bancos, portanto, dê preferência ao modelo de cinco lugares para conseguir usufruir de suas qualidades.
Fotos (clique para ampliar):
