quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Testamos: Toyota Corolla Cross 2024 traz melhorias pontuais e sustenta sua medalha de prata

Atual linha do SUV médio trouxe um pouco mais de tecnologia, nada além disso. Testamos por uma semana e mais de 400km.

Texto e fotos por Yuri Ravitz
Modelo cedido por Toyota do Brasil

Nosso exemplar testado veio na cor Vermelho Granada, disponível por R$2.020.

Figurinha repetida não completa álbum, certo? Não quando se fala de carros. Nossa avaliação da vez é com um velho conhecido do leitor do Volta Rápida e nosso terceiro contato com o modelo: Corolla Cross, o inédito SUV médio da Toyota que estreou no Brasil no primeiro trimestre de 2021 e que já passou por aqui na versão intermediária XRE e na top de linha XRX Hybrid.

Desta vez, recebemos outro exemplar da versão XRE, porém, do ano/modelo 2024 que foi introduzido ao mercado em Março desse ano com novidades bastante pontuais no pacote tecnológico; todo o resto segue exatamente o mesmo de quando o SUV japonês foi lançado. Rodamos por uma semana e mais de 400km para entender como o modelo se posiciona no cenário atual.

Sensores dianteiros de estacionamento se encontram somente nas quinas do para-choque.

O que mudou?

No visual e na mecânica, absolutamente nada. Por outro lado, o preço passou pelos inevitáveis reajustes ao longo desses dois anos; quando testamos a configuração XRE pela primeira vez, ela custava R$164.190 e, agora, começa em R$177.390 sem pintura metálica ou perolizada, o que representa um aumento de R$13.200. Para amenizar a situação, esses aumentos vieram acompanhados de atualizações tecnológicas interessantes.

O XRE 2024 passou a contar com o mesmo quadro digital de instrumentos que equipava somente as versões mais caras, munido de uma tela de 7 polegadas que exibe diversas informações sobre o veículo como um todo. Também há uma nova central multimídia e sensores dianteiros de estacionamento, porém, somente nas quinas do para-choque, além dos recursos do pacote Safety Sense como: piloto automático adaptativo, assistente de permanência em faixa, farol alto automático, entre outros.

Cluster de instrumentos combina ponteiros analógicos nas extremidades e informações digitais ao centro.

O conservadorismo no século 21

Uma vez que o conjunto mecânico não passou por alterações, não vamos perder muito tempo falando do comportamento do SUV médio - continua exatamente o mesmo de sempre, focado em conforto e tranquilidade ao volante, sem reações imediatas ou "explosivas". O 2.0 aspirado precisa ser esticado para entregar todo seu potencial, mas não faz feio quando é exigido e o bom trabalho do câmbio ajuda bastante.

O que decepcionou foi o consumo médio: conseguimos cerca de 12km/l rodando com etanol em percurso misto, número aquém do esperado para um conjunto mecânico tão moderno. Deixa a desejar se comparado a alguns turbinados do mercado, porém, compensa no desempenho satisfatório em altas rotações; ainda oferece as trocas das marchas simuladas pelos paddle-shifters no volante ou na própria alavanca de câmbio.

Rodas de 18 polegadas com acabamento diamantado e lanternas com LEDs nas luzes de freio e posição.

Já as novidades tecnológicas melhoraram o convívio com o SUV médio e o deixaram mais competitivo diante da concorrência atualizada - e bem mais acirrada. O painel digital de instrumentos reforça o ar de modernidade na cabine e, junto da nova central com menos botões físicos e tela maior, deixa a interação entre homem e máquina mais fluída e interessante. É uma pena que a nova multimídia ofereça tão poucas opções de configuração dos parâmetros do carro.

Os sensores dianteiros de estacionamento são muito bem-vindos, porém, colocá-los apenas nas extremidades do para-choque foi um vacilo "mastodôntico"; você ainda pode acertar obstáculos à frente do veículo que estejam fora do campo de visão, pois os sensores só monitoram as quinas do carro. Por fim, o piloto automático adaptativo e o assistente de frenagem funcionam corretamente, mas o monitoramento de faixas e o farol alto automático se mostraram preguiçosos.

Entre-eixos do SUV é o mesmo do Corolla hatch - vendido aqui somente na versão esportiva GR.

Considerações finais

Caminhando para completar três anos de mercado, o Corolla Cross se consolidou entre os SUVs médios no mercado brasileiro e se posicionou confortavelmente no 2º lugar entre os mais vendidos, de onde não sai há bastante tempo. Na nossa opinião, isso se deve ao conjunto de qualidades que o modelo japonês oferece; embora não seja excelente em nada, é bastante equilibrado e consegue ser bom em muitas coisas.

Nem mesmo o fato de ser inferior ao irmão sedan em diversos pontos e, ainda assim, custar mais do que ele, atrapalha o bom desempenho do utilitário urbano. Leve-o para casa se já for proprietário de uma versão mais antiga e quiser fazer o upgrade, porém, se precisa de espaço interno, economia e um pacote tecnológico mais recheado, é melhor pensar nos rivais.


Principais concorrentes diretos (na categoria SUV médio): Jeep Compass Sport T270, Volkswagen Taos Comfortline, CAOA Chery Tiggo 7 Pro

Principais concorrentes indiretos (entre 165 e 190 mil reais): Jeep Renegade Série S ou Trailhawk, Honda HR-V Advance, Volkswagen T-Cross Highline, Hyundai Creta Platinum, Platinum Safety, N Line ou Ultimate


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