terça-feira, 29 de março de 2022

2022 Peugeot 3008 GT Pack 1.6 AT6; premium de corpo e bolso

Modelo de passeio mais caro da marca no Brasil, o Peugeot 3008 sofreu uma reestilização de meia-vida e chegou a 2022 mais equipado. Testamos a versão top de linha por uma semana.

Texto e fotos por Yuri Ravitz
Modelo cedido por Stellantis Brasil

Nosso exemplar veio na cor Branco Nacré que custa R$2.735 à parte. O teto vem sempre em preto, independentemente da cor escolhida para a carroceria.

Os importados nunca tiveram vida fácil no mercado brasileiro por conta de nossa carga tributária obscena, mas a situação piorou muito depois da pandemia, especialmente para os que vêm de fora do Mercosul que são ainda mais tributados. Carros que antes podiam se gabar de um custo X benefício interessante, hoje se encontram fora das curvas de suas respectivas categorias e, como consequência direta disso, acabam sendo relegados às posições mais baixas dos rankings mensais de vendas, embora, tragam atributos que poderiam posicioná-los bem mais acima.

Nosso teste da semana é um perfeito exemplo dessa triste situação. Trata-se da segunda geração do Peugeot 3008, um SUV médio que foi renovado em 2016 e chegou para nós um ano depois ao preço de R$139.990 em versão única, uma cifra que o nivelava a seus rivais diretos como Jeep Compass, Volkswagen Tiguan, entre outros. Hoje, o que temos é o facelift do francês que foi lançado no ano passado e é vendido em duas versões - nossa testada da vez é a top de linha GT Pack, oferecida atualmente por R$273.790, mais de 130 mil reais de diferença em relação ao top de linha de cinco anos atrás.

Mudanças no visual traseiro se resumem às lanternas Full LED com elementos monocromáticos que dão um ar futurista.

O estado da arte

Enquanto o primeiro 3008 era um misto pouco harmônico de minivan com SUV, a segunda geração se assumiu como um utilitário-esportivo e agradou bastante pelo design arrojado, moderno e diferente de muito do que vemos diariamente nas ruas. Mexer em carros assim é difícil, mas a Peugeot acertou em cheio no facelift: adotou uma dianteira claramente inspirada na atual geração do sedan 508 e que se tornou sua identidade visual do momento, marcada pela grade frameless (sem moldura) e faróis estreitos prolongados pelos "dentes-de-sabre" de tripla função: luzes diurnas, de posição e de seta, tudo em LEDs. A nova grade se mescla ao para-choque através de ranhuras que criam um efeito visual inusitado e que chama bastante atenção.

As rodas de 19 polegadas mesclando acabamento diamantado e preto fosco são as mesmas do pré-facelift, contudo, a traseira também conta com atualizações. Repare na foto acima e verá lanternas monocromáticas, agora inteiramente em LEDs e que trazem setas dinâmicas que "correm" para fora, um elemento estético típico de carros premium. O acabamento da variante GT Pack é mais uma novidade interessante, pois troca todos os detalhes cromados do exterior por peças em preto brilhante ou fosco (no caso dos emblemas 3008 com os dois zeros unidos, fazendo menção ao símbolo do infinito), dando um toque ainda mais esportivo ao design naturalmente agressivo.

1.6 THP é um velho conhecido do brasileiro e sua estreia no Brasil foi justamente no primeiro 3008.

Herança paterna

O 3008 de segunda geração é montado sobre a plataforma EMP2, uma arquitetura desenvolvida pela aliança Peugeot-Citroën (hoje parte do grupo Stellantis) para carros de porte intermediário e que também tivemos por aqui nos finados Citroën C4 Picasso e Grand Picasso da atual geração. Apesar de estar disponível com variadas opções mecânicas lá fora, a Peugeot o importa para nós da França com o conhecido 1.6 THP, turbinado da família Prince, dotado de quatro cilindros e capaz de gerar até 165cv e 24,5kgfm, números controlados por uma caixa automática padrão de seis marchas. Há freios a disco nas quatro rodas, mas a suspensão traseira continua por eixo de torção, o que não condiz com a construção e o preço do francês.

É o mesmíssimo conjunto mecânico disponível para a geração anterior e, também, para o modelo pré-facelift da geração atual, inclusive, com o mesmo ponto fraco de só poder ser abastecido com gasolina - diferente dos THP fabricados no Brasil que eram/são flex como o Citroën C4 Cactus, por exemplo. É um motor consagrado e que continua dando conta do 3008 com tranquilidade, porém, o alto preço do modelo devia ter incentivado a Peugeot a trazer sua variante atualizada, denominada PureTech e capaz de entregar até 180cv e 25,5kgfm ou, pelo menos, uma configuração híbrida. Além da cifra de produto de marca premium, o visual futurista pede por mais modernidade também debaixo do capô.

Cockpit do SUV francês complementa o estilo futurista do exterior.

Velhos (e bons) hábitos

Como é de praxe na Peugeot, o 3008 GT Pack é oferecido em pacote fechado e completíssimo, sem opcionais. Sua lista de itens de série contempla equipamentos como: faróis Full LED adaptativos, teto solar panorâmico, sistema de som premium da Focal com 10 alto-falantes (incluindo um subwoofer) e 515w de potência, ar condicionado de duas zonas com saídas traseiras, rodas aro 19, bancos dianteiros com aquecimento, extensor para as pernas e massageador, acabamento interno em couro e Alcantara, cluster de instrumentos 100% digital, câmeras em 360º, seletor de modos de condução, iluminação ambiente em LEDs, sensores dianteiros e traseiros de estacionamento, ajustes elétricos e memória para o banco do motorista, tampa do porta-malas totalmente elétrica, carregador de smartphones por indução, entre muitos outros. Os antigos faróis de neblina em LED foram substituídos pela função "Foggy" dos faróis principais: quando a luz traseira de neblina é ligada, o sistema diminui levemente a intensidade dos faróis baixos para reduzir o brilho na névoa à frente, facilitando a condução.

O francês também conta com uma série de recursos inteligentes para auxiliar a condução, dentre eles: piloto automático adaptativo, leitor de placas de trânsito, assistente de permanência em faixa com correção de direção, Park Assist, farol alto automático e ajuste dinâmico do feixe de luz baixa, monitoramento de pontos cegos, frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres e navegação por GPS com mapa 3D que pode ser reproduzido no painel de instrumentos. É uma pena que, diante de tanta modernidade, a Peugeot não tenha incluído o espelhamento para smartphones sem fio, uma limitação já conhecida do sistema multimídia antiquado cuja única mudança no facelift foi a adoção de uma tela maior de 10,1 polegadas, além dos demais ajustes elétricos para o banco do passageiro dianteiro - só há o lombar e o de inclinação da dianteira do assento.

Bancos com massageadores são exclusivos do 3008 no segmento, além de serem raríssimos nos carros vendidos no Brasil.

Nem tudo é o que parece

Ao olhar o 3008 pela primeira vez, as impressões sobre seu comportamento não são as melhores; o porte parrudo do SUV e as grandes rodas diamantadas dão a entender que se trata de um veículo lento e desconfortável, entretanto, tudo cai por terra logo nos primeiros quilômetros percorridos. Mesmo pesando quase 1.600kg, o francês se movimenta com bastante esperteza e, de quebra, ainda consegue beber pouco: os méritos vão para os 24,5kgfm entregues totalmente já aos 1.400rpm e ao bom acerto da transmissão que pode ter seu comportamento alterado através do seletor de modos de condução entre Eco, Normal e Sport. Utilizando o modo Eco com uso alternado de ar condicionado, conseguimos 14,4km/l de média geral em percurso misto, sendo 16,1km/l o pico de economia e 12,7km/l o pico de consumo.

Outro ponto alto do SUV médio é o conjunto de suspensão, mostrando que a Peugeot aprendeu como um carro que rodará no asfalto lunar do Brasil deve se comportar. Os aros 19 são calçados em pneus 235/50 R19 que conferem um rodar bastante equilibrado entre dinamismo e conforto, fazendo uma boa dupla com a suspensão que não ocasiona batidas secas ou fim de curso em momento nenhum, apesar de não filtrar tanto as imperfeições do asfalto quanto alguns de seus rivais mais baratos. De fato, o conjunto é tão eficiente que só dá para sentir falta dos braços independentes na traseira mediante os trechos mais sinuosos, pois o 3008 é um carro alto e tem maior tendência a inclinar nessas situações; ainda assim, seu rodar se aproxima mais de um carro de passeio comum do que de um utilitário-esportivo altinho, o que certamente agrada aos que dirigem por prazer e não apenas por necessidade.

Dianteira reestilizada traz a nova marca registrada da Peugeot: os "dentes-de-sabre" abaixo dos faróis.

O pacote tecnológico conta com algumas características que merecem destaque como, por exemplo, os faróis inteligentes. Cada peça possui dois projetores de LED, sendo que ambos atuam tanto para luz baixa quanto para luz alta, garantindo máxima visibilidade à noite. Eles trazem ajuste automático de altura e de distribuição do feixe de luz mediante o tipo de percurso e a velocidade: em trechos urbanos e baixa velocidade, por exemplo, o sistema deixa o facho mais largo e com menor alcance, distribuindo melhor a luz para os lados a fim de aumentar a visibilidade nas laterais. Já em uma rodovia viajando a velocidades mais altas, os projetores se ajustam para um feixe de luz de alcance mais longo e estreito, focando a atenção do motorista no caminho à frente e seus periféricos. Por fim, eles trazem luz estática de conversão e acabamento mesclando máscara negra com detalhes cromados.

O sistema tilt-down, recurso cada vez mais comum nos carros brasileiros, funciona dos dois lados: ao se engatar a ré, ambos os retrovisores externos se abaixam para melhorar a visão do meio-fio, enquanto a maioria dos sistemas abaixa só o espelho do passageiro. A reestilização trouxe algumas novidades tecnológicas como a tampa do porta-malas com acionamento elétrico e o famoso recurso do "chutinho" que permite sua abertura através de um gesto parecido com um chute na parte de baixo do para-choque traseiro, além da iluminação ambiente por LEDs azuis nas portas dianteiras, painel de instrumentos e porta-copos para completar a luz já presente nos trilhos do teto solar panorâmico. Outro ponto alto é o sistema de som premium da Focal, uma exclusividade do 3008 que marca a estreia da grife francesa de áudio no mercado automotivo e que impressiona pela qualidade sonora.

Para finalizar, os limpadores dianteiros não esguicham a água diretamente no para-brisa, mas na calha da palheta que a distribui conforme é acionada, o que realiza a limpeza sem prejudicar a visibilidade, solução tipicamente adotada nos produtos da Volvo. São alguns pequenos, porém, importantes detalhes que ajudam a justificar as intenções da Peugeot para a atual precificação de seu SUV médio no Brasil, tentando convencer o tradicional cliente de modelos premium a olhar com outros olhos para a marca.

Ambientação da cabine do 3008 à noite impressiona e se sobressai diante dos rivais diretos.

Apesar de tudo, não pense que são só maravilhas no 3008. O francês também comete seus deslizes e o mais decepcionante deles é no espaço interno: com 2,67m de entre-eixos, era de se esperar que os ocupantes traseiros tivessem espaço de sobra para as pernas, mas não é o que acontece e parte da culpa vai para os assentos dianteiros muito volumosos que acabam roubando valiosos centímetros de quem vai na segunda fila. Ainda falando dela, os assentos são muito baixos e deixam o passageiro "afundado" no banco, o que não ajuda nem um pouco a amenizar o incômodo do pouco espaço. Caso lhe sirva de consolo, o porta-malas acomoda bons 520 litros, bem mais do que o padrão da categoria.

O sistema multimídia é outro ponto fraco do 3008. O software até funciona sem travamentos ou outros defeitos, contudo, a interface é básica demais e a navegação pelos menus é muito confusa, complicando tarefas simples que são facilmente executadas em outros equipamentos de outras marcas. Além disso, a navegação por GPS não funcionou em momento algum, exibindo o aviso "zona não mapeada" - pode até ser uma mera questão de falta dos dados do mapa brasileiro, mas merece atenção por parte da montadora para averiguar se não é algo mais sério. O que também incomoda é a ligeira empobrecida do acabamento traseiro mediante o dianteiro: as portas são mais simples e sequer trazem a bela iluminação ambiente da dianteira, embora, mantenham as partes em tecido e os detalhes prateados. Lembre-se que estamos falando de um carro de quase 280 mil reais onde nem os detalhes podem ser deixados de lado.

Ambos os projetores são de dupla função: farol baixo e farol alto, o que ajuda muito na condução noturna.

Avaliação geral

Design: a Peugeot foi certeira nas modificações visuais do 3008, reforçando a beleza do SUV que vira cabeças por onde passa e parece muito mais caro do que é. Alguns detalhes como a mescla da grade dianteira ao para-choque através de ranhuras não agradam a todos, mas o conjunto da obra não encontrou quem resistisse e, de quebra, é um prato cheio para os que reclamam que todos os carros andam muito iguais. Na opinião deste que vos escreve, é um dos modelos mais bonitos à venda no Brasil atualmente. Nota: 10

Interior: é muito comum vermos carros de design ousado no exterior e careta no interior, porém, o 3008 também impressiona na cabine. O cockpit que "isola" e envolve o motorista é decorado por detalhes em prata brilhante, muitas porções em material emborrachado e comandos inusitados como os botões de atalhos do multimídia que parecem ter vindo de uma nave espacial. O volante diminuto é ótimo de usar e o painel de instrumentos i-Cockpit destacado acima do volante é de altíssima definição. Por fim, a mescla de materiais finaliza um ambiente que é, de longe, muito acima dos rivais diretos. Não levará nota 10 por ter deixado os ocupantes traseiros sem o sistema de iluminação ambiente e com portas mais simples. Nota: 9

Mecânica: ninguém duvida da capacidade do 1.6 THP, um motor usado por inúmeros carros que já passaram pelo Brasil e que está entre nós há mais de dez anos. O problema é que ele não combina com as ambições e o preço premium do 3008 em sua fase atual; como dissemos acima, a Peugeot perdeu uma ótima oportunidade de estrear a versão atualizada do motor, rebatizada para PureTech, com números melhores e mais condizentes com o momento. Também podiam ter optado por algum conjunto híbrido, uma vez que estamos na era da eletrificação... e a suspensão traseira independente para que o 3008 tenha um comportamento dinâmico à altura do seu visual. Nota: 7

Tecnologia: o que já era bom ficou ainda melhor. Recheadíssimo, o 3008 segue o bom costume histórico da Peugeot e entrega itens que nenhum rival direto possui, pecando unicamente pelo sistema multimídia simples demais. A marca deveria ter aproveitado a inclusão de uma tela maior para adotar um sistema mais sofisticado; de resto, não há o que reclamar. Nota: 9

Conveniência: há portas USB suficientes para todos, quebra-sóis com espelho e iluminação, luzes de cortesia internas e externas - projetores nos espelhos externos que projetam o logo da marca no chão e ajudam os passageiros a enxergar onde estão pisando em ambientes escuros, chave presencial com abertura e fechamento remoto das janelas, carregador por indução na dianteira, porta-revistas atrás dos dois bancos dianteiros, abertura automática do porta-malas... Resumindo em poucas palavras, o 3008 sabe como mimar seus ocupantes. Nota: 10

Acomodações: os bancos dianteiros são os melhores lugares do 3008 por reunirem os principais recursos de conforto, entretanto, o do passageiro ficou devendo os ajustes elétricos de distância e inclinação do encosto. Já os ocupantes traseiros viajam "afundados" no assento e com pouco espaço para as pernas, um vacilo que um carro desse tamanho não podia cometer. Dava para ter tirado alguns litros do porta-malas em favor de bancos mais recuados para compensar o volume exagerado dos assentos dianteiros. Nota: 6

Funcionalidades: quase tudo no 3008 funcionou perfeitamente o tempo inteiro. Mais uma vez, ele perderá pontos por causa da central multimídia - como dissemos antes, o GPS não funcionou por não reconhecer as ruas brasileiras e o sistema cancelou sozinho a conexão Bluetooth com o smartphone em alguns momentos. O conjunto de câmeras 360º também não funcionou 100% o tempo todo, pois as vistas laterais não quiseram aparecer em variados momentos e, por fim, as imagens das câmeras são de péssima qualidade. Quanto aos demais sistemas nenhum problema detectado. Nota: 6

Desempenho: o 1.6 turbinado ignora os quase 1.600kg do 3008 tanto na hora de andar quanto na hora de beber, o que é muito bem-vindo diante dos preços atuais dos combustíveis. Pode não ser a última palavra em modernidade, mas ainda mostra que não faz nem um pouco feio diante de motores menores e mais novos presentes nos rivais. O rodar é surpreendentemente macio para os aros 19, porém, o comportamento dinâmico em curvas podia ser melhor. O câmbio é muito bom e trabalha suave o tempo inteiro, permitindo trocas manuais através dos intuitivos paddle-shifters. Nota: 9

Segurança: o último crash test do 3008 foi em 2016, no ato do lançamento da segunda e atual geração, pelo instituto Euro NCAP. O modelo tirou nota máxima e, de lá para cá, recebeu mais itens de segurança para oferecer ainda mais proteção e, é claro, atender aos protocolos mais atuais da empresa. Como o facelift não sofreu mudanças estruturais que pudessem alterar o desempenho no teste, tomaremos os dados de 2016 do Euro NCAP como base, uma vez que o carro vendido no Brasil vem da Europa. Nota: 10

Custo X Benefício: o 3008 de hoje deveria rivalizar com carros como Jeep Compass, Volkswagen Taos, Toyota Corolla Cross e outros SUVs médios generalistas, mas o fato de vir importado da França piora consideravelmente sua situação fiscal e o faz custar o mesmo que produtos de marca premium. Mesmo que tenha, a seu favor, uma rede de concessionárias maior que a de qualquer montadora premium e um motor já conhecido e consagrado no mercado, é muito difícil encontrar alguém que opte por um Peugeot ao invés de um Audi, BMW ou Mercedes-Benz simplesmente por questão de status, prestígio. Pode até ser uma futilidade, contudo, é a realidade do mercado que se reflete nos índices pífios de vendas do francês: 13 unidades em Jan/22 e míseras 9 unidades em Fev/22, números menores que o de vários modelos muito mais caros - e de marcas mais prestigiosas. Embora seja recheado de atributos positivos, seu preço pede um status que a Peugeot simplesmente não oferece. Nota: 6

Avaliação final: 82/100

Lanternas são monocromáticas quando apagadas, mas ficam vermelhas quando acesas.

Considerações finais

Rodamos cerca de 350km ao longo dos sete dias com o 3008 GT Pack e os fatos não negam: é um produto mais do que competente, dotado de um pacote tecnológico recheadíssimo, desempenho geral bastante satisfatório e poucos pontos negativos a seu respeito. O grande problema é que nenhum de seus muitos atributos consegue justificar a cifra de segmento legitimamente premium e, para piorar, a Peugeot ainda sofre de um velho mal: o atendimento de alguns concessionários como, por exemplo, o da loja Paris Rio localizada no bairro Barra da Tijuca, no RJ capital, que ficou responsável por nos entregar e receber o veículo e que deixou muito a desejar na experiência geral.

Esse é um tipo de problema que nunca tivemos em todos os anos que testamos veículos, em nenhuma das outras marcas que nos assistem, e escancaram o que sempre foi o principal calcanhar de Aquiles da Peugeot no Brasil. Na verdade, esse sempre foi o cenário da marca por aqui, dona de um portfólio composto por bons produtos que deixam pouco a desejar, mas que acabam afastando potenciais clientes por conta da má fama que ainda perdura no senso comum do consumidor brasileiro, resultado das experiências de alguns aventureiros que decidem experimentá-la. Quando as questões como a rede de revendedores e a precificação do 3008 melhorarem, não há dúvidas de que o SUV médio poderá vender muito mais, pois não falta potencial.


Concorrentes diretos (pela categoria SUV médio): Jeep Compass Série S T270 ou Limited TD350, Volkswagen Taos Highline, Toyota Corolla Cross XRX, Ford Bronco Sport Wildtrak, Mitsubishi Eclipse Cross HPE-S S-AWC

Concorrentes indiretos (pelo preço entre 250 e 290 mil reais): Lexus UX250h Dynamic, Audi Q3 Prestige Plus ou Black, Mercedes-Benz GLB 200 Advance, Jeep Commander Limited TD380, BMW X1 sDrive 20i GP Plus


Ficha técnica

Motor: 1.6 turbo, 4 cilindros em linha, 16 válvulas, gasolina
Potência: 165cv a 6.000rpm
Torque: 24,5kgfm a 1.400rpm
Transmissão: automática de seis velocidades
Tração: dianteira
Suspensão: independente na dianteira, eixo de torção na traseira
Freios: discos ventilados na dianteira, discos sólidos na traseira
Direção: elétrica
Pneus: 235/50 R19
Comprimento: 4,44m
Largura: 1,84m
Entre-eixos: 2,67m
Altura: 1,62m
Peso: 1.587kg
Porta-malas: 520l
Tanque: 53l

0 a 100km/h: 9 segundos
Velocidade máxima: 204km/h


Matéria em vídeo




Fotos (clique para ampliar):