Lançado em 2018, o pequeno SUV francês atravessou os anos sem oferecer novidades significativas. Passamos 14 dias com a versão top de linha para analisar se ele ainda vale a pena diante da concorrência atualizada.
Texto e fotos por Yuri Ravitz
Modelo cedido por Stellantis Brasil
Nosso exemplar de teste veio na cor Cinza Grafito que custa R$1.400 à parte. |
Dá para imaginar, no atual cenário global, uma montadora de automóveis sobrevivendo com um único modelo em seu portfólio? É difícil de pensar, mas acredite: faz quase um ano que essa é a realidade da Citroën do Brasil. Com a despedida dos conhecidos C3, Aircross e C4 Lounge em Abril do ano passado, a francesa passou seus últimos meses com um único carro de passeio à venda em solo nacional: o C4 Cactus.
Lançado em Agosto de 2018, o SUV compacto chegou em três versões e seis configurações, podendo utilizar motor 1.6 aspirado com câmbio manual ou automático, ambos de seis marchas, ou 1.6 turbinado somente com caixa automática, também de seis marchas. A Citroën, hoje sob o comando do grupo Stellantis, nos cedeu um exemplar da versão Shine Pack, a mais cara da linha, para uma avaliação de duas semanas.
O nome "Cactus", na Citroën, é bem mais antigo do que o carro que temos hoje. |
Um pouco de história não faz mal...
...e é por isso que, antes de falarmos do C4 Cactus em si, vamos dar uma breve pincelada na história do modelo. A primeira aplicação do nome incomum foi no conceito C-Cactus, de 2007, que representou as novas direções de design da marca focadas em minimalismo e uma certa extravagância visual, de modo a quebrar a seriedade excessiva que costumamos ver no mercado automotivo - o que também serviu de inspiração para o nome. Apesar disso, o verdadeiro "pai" do SUV compacto que temos hoje foi o Cactus Concept de 2013, um projeto que chegou ao carro de produção quase que inalterado, mantendo as mesmas propostas do C-Cactus original de anos atrás.
Um ano após a apresentação do Cactus conceitual, o C4 Cactus de produção nasceu para o mercado europeu com um design que, seguramente, não se parecia com mais nada nas ruas e chegava a "chocar" ao primeiro contato. Talvez tenha sido esse o motivo que fez a filial brasileira da Citroën esperar o lançamento do facelift para apresentar o SUV compacto ao nosso país, fabricando-o na planta de Porto Real (RJ) e com alterações diante do europeu para reduzir custos e/ou melhorar o carro para o brasileiro: os faróis do "nosso" são de refletor único bifocal ao invés dos de foco duplo do europeu e, além disso, as janelas das portas traseiras do modelo brasileiro se abrem normalmente, ao contrário das janelas traseiras basculantes do europeu.
Provavelmente, sua maior dúvida seja o porquê do nome Cactus. Fontes não-oficiais afirmam que, segundo a Citroën, a escolha se deu pelo fator "baixo consumo" e pela autoproteção que, no caso do carro, é providenciada pelos "airbumps" - pequenas cápsulas de ar deformáveis que foram pensadas para proteger a carroceria de pequenos impactos do dia-a-dia, mas que só estiveram presentes no modelo pré-facelift. No pós-facelift (o nosso), os airbumps são apenas visuais, pois o que há no lugar é um acabamento plástico comum.
O C4 Cactus é montado sobre a plataforma PF1, uma arquitetura nascida no final da década de 90 que veio sendo modernizada ao longo dos anos para abrigar novas tecnologias e, é claro, novos motores. A versão Shine Pack é a única a trazer o conhecidíssimo e competente 1.6 turbo flex da família Prince, mais conhecido pela sigla THP (de Turbo High Pressure), capaz de gerar até 173cv e 24,5kgfm quando abastecido com etanol e gerenciado por uma transmissão automática de seis marchas.
Desenvolvido em parceria com a BMW, o THP chegou ao Brasil há doze anos, equipando o antigo Peugeot 3008, e foi referência em desempenho por um bom tempo, movimentando desde sedans comuns como os finados Peugeot 408 e Citroën C4 Lounge até modelos esportivos como o coupé RCZ e o hatch DS3, entre vários outros carros. No C4 Cactus, ele leva os 1.214kg do SUV compacto com muita eficiência, garantindo um 0 a 100km/h na casa dos 7,5 segundos e uma velocidade máxima de 211km/h.
A melhor parte é que, mesmo esbanjando desempenho, seu consumo consegue ser melhor que o de vários motores mais fracos: rodando com etanol o tempo inteiro e ar-condicionado ligado entre 80% e 90% do tempo, nossa média geral foi de 12,4km/l, sendo 14,1km/l o pico de economia e 10,2km/l o pico de consumo.
Custando R$135.590 pela tabela atual da Citroën, o C4 Cactus Shine Pack traz os seguintes itens de série: seis airbags, controles de tração e estabilidade, ar condicionado automático, central multimídia com tela de 7" e espelhamento para smartphones via cabo, painel de instrumentos digital monocromático, volante multifuncional com ajustes de altura e profundidade, faróis de neblina, luzes diurnas (DRL) em LED, alerta de mudança indevida de faixa e de colisão com assistente de frenagem autônoma, piloto automático, monitoramento de pressão dos pneus, câmera de ré, sensores crepuscular e de chuva, chave presencial com partida por botão, entre outros.
A versão Shine Pack traz alguns itens exclusivos dela como os já citados seis airbags e o sistema Grip Control, uma espécie de seletor de modos de condução que altera o comportamento do motor, câmbio e controles de tração/estabilidade de acordo com o modo selecionado para facilitar a direção em neve, areia ou lama - embora ele não faça milagres, uma vez que a tração é apenas dianteira. Apesar da lista não ser ruim, ela deixa de fora itens muito básicos para um carro de seu preço como os sensores traseiros de estacionamento, além de ter perdido equipamentos como o retrovisor fotocrômico e a função de luz de conversão dos faróis de neblina.
Como se não bastasse, não há absolutamente nenhum recurso de comodidade para os ocupantes traseiros: porta USB, tomada de 12 volts, saídas de ar... nada. Até mesmo a luz de cortesia traseira é mais pobre do que a dianteira, feita por lâmpada convencional enquanto a dos ocupantes da frente é por LEDs. Para uma marca que sempre foi conhecida por rechear bastante os seus carros, o C4 Cactus adotou uma postura rebelde que não combinou com a tradição da montadora, muito menos com o preço pedido pela versão de topo.
Rodamos mais de 700km ao longo das duas semanas que passamos com o pequeno SUV francês e, de cara, o primeiro questionamento de todo mundo é se ele merece ser chamado pela sigla da moda. Seguindo os moldes de carros como Volkswagen Nivus e Fiat Pulse, o C4 Cactus é baixinho e mais parece um hatch anabolizado, embora, seu bom vão livre do solo e os ângulos de entrada e saída o capacitem a ser chamado de SUV - segundo as normas do INMETRO. Visto de dentro, a impressão é exatamente a mesma: o meio do teto e as linhas de cintura são altas, deixando as janelas mais compridas e deveras estreitas como no cockpit de um carro esportivo, contrariando o que se espera de um SUV mesmo sendo compacto. Causa certa estranheza no começo, mas é possível se acostumar.
Desde os primeiros km percorridos, o francês turbinado mostra que foi pensado para quem gosta de dirigir. No uso diário, o 1.6 THP trabalha manso e a transmissão costuma trocar de marchas entre 2.000 e 2.500rpm - considerando que os 24,5kgfm já podem aparecer aos 1.400rpm, o C4 Cactus deixa claro que, mesmo calmo, tem força de sobra para ser utilizada quando for preciso. O mais legal é que os modos Eco e Sport do câmbio fazem uma diferença perceptível na prática, trocando as marchas mais cedo ou mais tarde, respectivamente, porém, sem deixar a direção cansativa ou preguiçosa. Sentimos falta dos paddle-shifters atrás do volante, contudo, a alavanca permite trocas manuais ao ser deslocada para a esquerda, estando em D.
Bancos são em couro e trazem pequenos apoios laterais. |
A grande surpresa começa em como e o quanto ele anda quando é exigido. Ao pisar mais fundo no acelerador, o câmbio não demora a reduzir marchas e o C4 Cactus avança com uma rapidez surpreendente, principalmente por não dar nenhuma pista visual da presença do motor que se esconde debaixo do capô (configurando-se como o que os entusiastas gostam de chamar de sleeper). Não foram poucos os desavisados que tentaram dificultar as ultrapassagens em trechos rodoviários, acelerando quando percebiam que estavam sendo passados, mas que logo ficavam para trás diante da superioridade do pequeno 1.6 sobrealimentado.
Outra surpresa foi o comportamento do SUV compacto nas curvas e em asfalto de baixa qualidade. É comum que carros com motores mais fortes tragam uma suspensão mais dura para mantê-los sob controle, contudo, o C4 Cactus apresentou um equilíbrio exemplar entre conforto e firmeza do conjunto: buracos e demais defeitos da pista são superados sem batidas secas ou solavancos mais fortes, apesar de não serem tão filtrados - você saberá que eles estão ali, mas sentirá pouco. O vão livre de 22cm é um dos maiores do segmento e permite ao modelo passar por ruas acidentadas e/ou de terra sem bater ou raspar em nada, fazendo do C4 Cactus um bom companheiro para quase todos os tipos de caminhos.
Racks de teto são funcionais e seu desenho também é incomum, baseados no conceito que o originou. |
Além do conjunto mecânico, o C4 Cactus também usa outras formas de mostrar que foi projetado com foco no motorista, porém, nem todas são positivas. O espaço interno, por exemplo, é limitado e não foi pensado para abrigar quatro adultos altos com conforto: com o banco do motorista ajustado para os 1,80m deste que vos escreve, as pernas do passageiro traseiro já chegam a ficar coladas no banco, fazendo da segunda fileira um espaço adequado para não mais do que um passeio curto. Além disso, a já citada ausência de comodidades para os ocupantes de trás não ajuda a amenizar a situação, podendo ser um contratempo para os que pensam no francês como carro da família.
Falando do multimídia, é um sistema simples que funciona corretamente, entretanto, merecia mais funcionalidades para disputar em pé de igualdade com os equipamentos dos concorrentes - uma tela maior também não faria mal. As alças de teto fazem falta (pegou o mau hábito da VW Brasil, dona Citroën?) e o pacote tecnológico carece de mais funções. Quando foi lançado, o C4 Cactus tinha o diferencial positivo do alerta de saída de faixa, porém, a concorrência já começou a utilizar sistemas com correção ativa de direção e o francês também deveria ter adotado. Já os faróis poderiam, no mínimo, ser os de foco duplo da variante europeia, embora, a Citroën tenha projetado as peças nacionais de foco único para manter os dois filamentos da lâmpada acesos no acionamento do farol alto contínuo - algo que não é costumeiro em faróis desse tipo.
Faróis de refletor único bifocal mantém os dois filamentos da lãmpada acesos, no uso da luz alta contínua, para melhorar a visibilidade noturna. |
Avaliação geral
Design: o C4 Cactus manteve o jeitão de carro conceitual mesmo no facelift, o que significa que traz características e soluções de design que não costumamos ver nos outros veículos. De maneira geral, após quatro anos sem alterações, o desenho envelheceu bem e o pequeno francês se junta ao seleto time dos que procuram um carro que seja diferente dos demais. É uma pena que a traseira seja tão careta diante da dianteira arrojada. Nota: 8
Interior: minimalismo é a palavra de ordem na cabine do C4 Cactus. Há couro somente nos bancos; as portas trazem mínimas porções em tecido e o painel conta com uma faixa em material tipo emborrachado acrescido de um detalhe em tecido. Abrir mão dos comandos dedicados de ar condicionado foi uma solução inusitada, bem como o painel de instrumentos digital monocromático que parece pobre por foto, porém, agrada pessoalmente. Apesar de haver muito plástico, as superfícies são bonitas e o ambiente não chega a incomodar, exceto pela pobreza de usar luzes em LED na dianteira e amarela incandescente na traseira. Nota: 7
Mecânica: mesmo após doze anos, o motor 1.6 THP continua se mostrando um projeto moderno e muito eficiente, levando o C4 Cactus com uma esperteza de fazer inveja e sem consumir alto por isso. O câmbio cumpre seu papel e leva o francês com decência o tempo todo, bem como o conjunto de suspensões e o sistema de freios. Só não leva nota 10 por utilizar eixo de torção na traseira - o turbinado merecia, como exclusividade dele, um sistema independente para entregar um comportamento dinâmico à altura do motor. Apesar de antiga, a plataforma PF1 ainda faz do C4 Cactus um carro surpreendentemente leve. Nota: 9
Tecnologia: quando foi lançado, o C4 Cactus podia se gabar de trazer uma boa lista de equipamentos. Acontece que o tempo passou e a Citroën, aparentemente, parou no tempo; o SUV não ganhou nenhuma novidade tecnológica ao longo do tempo e, para piorar, ainda perdeu itens. Tirando algumas faltas muito básicas, a lista não é necessariamente ruim, contudo, merecia ser muito melhor dado o preço do modelo e os concorrentes atuais. Nota: 5
Conveniência: só há uma porta USB em toda a cabine, algo que incomoda em tempos de conectividade em alta e usuários assíduos de smartphones e outras tranqueiras digitais. Não ter os controles de ar condicionado dedicados causa estranheza no começo, mas é fácil se acostumar. Há chave presencial com partida por botão, porém, até mesmo o módulo que acrescenta abertura e fechamento remoto de janelas é um acessório que deve ser comprado à parte na concessionária, um vacilo crasso da Citroën que condena o usuário a "entrar no forno" caso não o compre e deixe o carro parado sob o sol, sem a possibilidade de abaixar os vidros para expulsar o bafo quente. Nota: 3
Acomodações: o entre-eixos de 2,60m nem é dos menores, porém, o espaço é mal aproveitado, de modo a deixar a segunda fileira de bancos apertada caso os ocupantes da frente sejam mais altos. Os bancos são confortáveis e acomodam bem a todos os tipos físicos, entretanto, não há sequer ajuste de altura dos cintos dianteiros - outro sinal do mau aproveitamento do ambiente interno. O porta-malas de 320 litros também é pequeno e, junto do espaço interno, faz o C4 Cactus muito mais hatch do que SUV. Nota: 4
Funcionalidades: tudo funciona muito bem no C4 Cactus. O painel de instrumentos digital é de fácil leitura e boa resposta, bem como a tela da central multimídia. Sensores crepuscular e de chuva, modos Sport e Eco do câmbio, alertas de saída de faixa e de frenagem... Absolutamente tudo funcionou sem atrasos ou travamentos, como tem que ser. Nota: 10
Desempenho: o motor turbo faz tão bem ao C4 Cactus que confere um desempenho digno de carro esportivo e o mérito também vai para os parcos 1.214kg do pequeno francês. A suspensão tem uma boa relação entre conforto e firmeza, embora caia mais para o lado da firmeza, o que pode ser relevado diante do quanto ele tem capacidade de andar. A transmissão se comporta muito bem, mas os paddle-shifters deixariam a experiência geral muito mais interessante. Nota: 9
Segurança: o C4 Cactus brasileiro nunca passou por um crash test, enquanto que o modelo europeu só passou na versão pré-facelift e tirou quatro estrelas, sendo que o máximo são cinco. Dotado de seis airbags, controles de tração e estabilidade, frenagem autônoma de emergência e freios a disco nas quatro rodas, a versão top de linha tem potencial para tirar notas altas mesmo nos testes de colisão mais atuais com os novos protocolos, contudo, não há como saber qual seria o desempenho da estrutura sem o teste prático. Por essa incógnita, apesar da presença dos recursos, não há como pontuar melhor na nossa avaliação. Nota: 6
Custo X Benefício: pelo preço de R$135.590, o C4 Cactus Shine Pack entrega mais desempenho do que todos os rivais no mesmo valor, entretanto, fica devendo no restante. Dono de um pacote tecnológico mediano, espaço interno limitado e sendo uma incógnita em segurança, ele se une a modelos como Volkswagen Nivus e Fiat Pulse para a turma dos "SUVs para quem não quer um SUV". Se você faz questão de um carro que ande muito e beba pouco, não há custo X benefício de 0km melhor do que ele nessa faixa de valor; entretanto, se deseja a experiência de um SUV e está de olho em um carro para a família, o C4 Cactus é um dos pretendentes menos indicados. Nota: 5
Avaliação final: 66/100
Apesar de estar com lançamentos confirmados para o Brasil em breve, o C4 Cactus ainda carrega nas costas a grande e solitária responsabilidade de manter a Citroën no páreo do concorrido mercado brasileiro. É uma tarefa difícil e um tanto ingrata, mas ele tem se saído relativamente bem, entregando um conjunto agradável no final das contas, sem se destacar por nenhuma característica em especial - exceto a versão Shine Pack que, literalmente, deixa todos os rivais para trás em matéria de eficiência energética, aliando desempenho, consumo de combustível e comportamento geral dignos de carros mais caros.
Sendo o único representante de uma marca que passou seus últimos anos buscando fazer as pazes com o Brasil, o C4 Cactus turbinado puxou para cima a régua de performance dos SUVs compactos vendidos por aqui e a concorrência aprendeu com ele, oferecendo motores sobrealimentados maiores do que os pequenos blocos de um litro em suas versões mais caras. Resta ao pequeno francês aprender com os seus rivais e melhorar nos demais aspectos para se tornar um carro completo e, consequentemente, o modelo a ser superado não apenas em desempenho, mas também em todo o resto.
Concorrentes diretos (pela categoria SUV compacto): Hyundai Creta Limited, Volkswagen Nivus Highline ou T-Cross 200 TSI, Jeep Renegade Longitude T270, Renault Duster Iconic 1.3T ou Captur Zen, Peugeot 2008 Griffe, Fiat Pulse Impetus Turbo 200, Honda HR-V EXL, Chevrolet Tracker Premier 1.2T
O modelo avaliado não possui concorrentes indiretos.
Ficha técnica
Motor: 1.6 turbo, 4 cilindros em linha, 16 válvulas, flex
Potência: 173cv/166cv (E/G) a 6.000rpm
Torque: 24,5kgfm (E/G) a 1.400rpm
Transmissão: automática de seis velocidades
Tração: dianteira
Suspensão: independente na dianteira, eixo de torção na traseira
Freios: discos ventilados na dianteira, discos sólidos na traseira
Direção: elétrica
Pneus: 205/55 R17
Comprimento: 4,17m
Largura: 1,71m
Entre-eixos: 2,60m
Altura: 1,56m
Peso: 1.214kg
Porta-malas: 320l
Tanque: 55l
0 a 100km/h: 7,5 segundos
Velocidade máxima: 211km/h
Matéria em vídeo
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