Volta Rápida: 2021 Fiat Strada Freedom CS 1.3 MT5; direto ao ponto

Texto e fotos por Yuri Ravitz

Modelo cedido por Stellantis Brasil

Nosso exemplar de teste veio na cor Vermelho Montecarlo, custando R$900 à parte.

O novo Fiat Strada já chegou "causando" no mercado em uma boa gama de configurações diferentes para (quase) todos os gostos. Faz alguns meses que testamos a versão Volcano, atual top de linha e disponível unicamente com cabine dupla, e já deu para ver qual a pegada da nova geração da picape tanto em uso urbano quanto rodoviário. Pra 2021, a italiana retorna ao Volta Rápida para mais um teste completo, mas dessa vez, recebemos um exemplar da carroceria de cabine simples na versão Freedom para rodar por uma semana.

É válido ressaltar que o conjunto mecânico dessa versão é o mesmo disponível na Volcano, o que significa que boa parte do que foi dito para a mais cara serve também para a Freedom avaliada aqui. Por isso, focaremos nas diferenças entre elas, principalmente no que diz respeito ao pacote de itens de série e/ou opcionais.

Caçamba mede 1,71m de comprimento e leva até 720kg.

Familiaridades

Enquanto a versão Volcano concentra a maior parte das novidades, é na Freedom que a gente remete ao modelo anterior e consegue fazer um paralelo entre ele e o atual. É fato que a nova geração mudou profundamente e traz elementos inexistentes na antiga, contudo, a essência rústica do Strada não se perdeu na renovação e a carroceria de cabine simples é a prova disso.

Custando R$75.490, a lista de equipamentos é modesta, mas contempla todo o básico necessário atualmente: controles de tração e estabilidade, luzes diurnas (DRL) halógenas, rodas de liga aro 15, ar condicionado, direção elétrica, faróis de neblina, retrovisores com ajustes elétricos, rádio com Bluetooth, computador de bordo, monitoramento de pressão dos pneus, protetor de caçamba com capota marítima, entre outros.

Há dois opcionais disponíveis para a versão intermediária: o pacote Safety que acrescenta airbags laterais e aviso de cinto do banco do passageiro (R$2.000) e o pacote Tech que traz multimídia com espelhamento sem fio, sensores traseiros de estacionamento e câmera de ré (R$2.990).

Motor 1.3 trabalha melhor na cabine simples pelo menor peso do conjunto.

Mais à vontade

Debaixo do capô da versão Freedom se encontra o conhecido 1.3 Firefly aspirado flex, capaz de entregar até 109cv e 14,2kgfm, trabalhando sempre com câmbio manual de cinco marchas. Como dissemos na avaliação da versão Volcano, é um motor que dá conta do carro no uso normal e só começa a sentir a falta de mais potência/torque quando se enche a picape de peso. Nessas horas, o 1.8 da geração anterior faz falta.

Ainda assim, a cabine simples pesa 82kg a menos que a cabine dupla, o que deixa o motor mais à vontade quando a caçamba está vazia. Falando em capacidades, a cabine simples leva até 720kg contra 650kg da dupla; em litros, são 1.354l de capacidade contra 844l da cabine dupla.

Quando se equipa o pacote Tech, o cockpit da versão Freedom fica idêntico ao da top Volcano.

Percorremos mais de 1.000km a bordo do Strada Freedom, com direito a uma ida ao Espírito Santo, e deu para ver que o 1.3 ficou melhor tanto em desempenho quanto consumo; conseguimos médias de até 17km/l no pico de economia e 100% de etanol no tanque, caindo para 11km/l no pico de consumo. A picape se comporta com bastante desenvoltura e atende aos desejos do motorista sem reclamar; pena que o isolamento acústico da cabine não acompanhe a competência do motor.

Em velocidades mais altas, os ruídos da rodagem dos pneus e da aceleração do motor invadem a cabine sem cerimônia e deixam a viagem bastante barulhenta. Isso porque não há qualquer acabamento ou proteção na parte dos fundos da cabine, logo atrás dos bancos; é direto na lata. Ainda falando da parte de trás dos bancos há um pequeno compartimento útil para mochilas ou bolsas de menor porte.

O nome "cabine plus" se dá pelo mínimo espaço atrás dos bancos, útil para pequenas bagagens.

Considerações finais

O novo Fiat Strada se tornou um sucesso no mercado brasileiro e não é difícil de entender o motivo; tendo a falta de um motor mais forte como único contraponto, a nova geração da picape melhorou em todos os sentidos, ficando mais segura e econômica do que sua antecessora direta. Ela receberá variantes com câmbio automático em breve e pode ser que adote um dos novos motores turbinados que a Fiat lançará para vários modelos, resolvendo a questão do desempenho e do conforto.

O problema da versão Freedom é custar pouca coisa menos que a Volcano e abrir mão de itens que fazem falta, o que faz com que seja mais vantajoso partir logo para a Volcano - a Freedom deveria ser mais barata para, de fato, valer a pena.