Modelo cedido por Honda Automóveis do Brasil
Motivada pelo lançamento da dupla Virtus e Cronos, a Honda decidiu aproveitar as mudanças que fez no Fit para fazer o mesmo com seu menor sedan vendido no Brasil, o City. A linha 2018 do modelo trouxe um visual repaginado, mais elegante, e novos equipamentos (incluindo alguns inéditos) para reacender o interesse do consumidor no japonês. Será que deu certo? É o que fomos descobrir.
É bom lembrar que, essencialmente, o City nada mais é do que uma versão três-volumes do Fit até mesmo por compartilhar a plataforma; apesar disso, o sedan consegue se distanciar do irmão no comportamento e na lista de equipamentos de série. Durante uma semana inteira, pudemos avaliar a versão topo-de-linha do modelo que sai por R$84.600 e não tem opcionais, tal qual todos os veículos da linha atual da Honda.
O que mudou?
As alterações visuais foram pequenas, mas deram um novo fôlego ao City e o deixaram mais elegante. Na dianteira há um para-choque redesenhado, com mais vincos, e a grade central ganhou um filete cromado que é continuado pelas luzes diurnas em LED dos novos faróis. Por falar em faróis, a versão EXL traz um conjunto ótico Full LED (luz baixa e alta), assim como no Civic Touring e no Fit EXL. Não são adaptativos, mas são mais eficientes que os halógenos convencionais das demais versões e, nessa categoria, são exclusividade do City.
As lanternas também foram redesenhadas, utilizando LEDs para luzes de posição e freio, e lente com a metade superior transparente (solução parecida com a do Corolla 2018), enquanto o para-choque traseiro ganhou detalhes em preto fosco na porção inferior. Na lateral, as únicas novidades são as rodas de 16 polegadas com novo desenho e acabamento diamantado que recebem pneus 185/55 R16.
Igual, mas diferente
Por dentro não há grandes mudanças em relação ao modelo pré-facelift, exceto por alguns detalhes prateados (como no difusor direito de ar condicionado e nos aros dos mostradores do painel) e a nova multimídia com espelhamento para smartphones e tela de 7 polegadas sensível ao toque. Há bom espaço para todos, nichos nas portas para transportar objetos e, por algum motivo desconhecido, mais tranquilidade a bordo do que no Fit. Apesar do acabamento idêntico, o City se mostrou bem mais silencioso que seu irmão dois-volumes, e as coincidências estranhas não param por aí.
Ambos partilham os mesmos tipos de suspensão, conjunto de pneus e rodas, entretanto, o City se comportou de forma mais macia de modo geral, absorvendo os impactos do asfalto ruim com mais eficiência sem se tornar mole demais em curvas. Não é tão suave quanto o Civic, mas se comportou melhor que o Fit e o HR-V nesse aspecto.
"O Velho Fiel"
Debaixo do capô não há surpresas. Levante a peça, e encontrará o mesmo 1.5 i-VTEC flex de sempre com 116cv e 15,3kgfm de torque gerenciado por um câmbio automático do tipo CVT, agora capaz de simular sete marchas no modo Sport ou pelos paddle-shifters atrás do volante. Não é o suprassumo da tecnologia ou da alta performance, mas traz um equilíbrio satisfatório entre desempenho razoável e um bom consumo de combustível, o que é suficiente para o comprador padrão.
O CVT mantém os giros do motor sempre baixos, favorecendo o consumo de combustível (cuja média foi de 13km/l nas condições em que foi mais exigido, como trânsito urbano pesado e ar ligado, até 17km/l rodando na estrada a 90km/h com o carro cheio). O peso de apenas 1.137kg ajuda a economizar, mas não é capaz de abafar a falta de disposição do quatro cilindros quando exigido em ultrapassagens ou subidas de serra: é preciso pisar com mais vontade e jogar o giro do motor lá em cima para fazê-lo vencer o obstáculo, condenando o consumo e os passageiros a ouvir o ronco estridente do motor. Nesse ponto, as marchas simuladas podem ajudar na tarefa.
Polêmica desnecessária
A lista de equipamentos do City EXL está na média da concorrência. Ele traz seis airbags, ar condicionado digital automático, volante multifuncional com ajustes de altura e profundidade, retrovisores elétricos com rebatimento e repetidor de direção, faróis Full LED, faróis de neblina, multimídia completa com câmera de ré, duas portas USB, seis alto-falantes e Bluetooth/GPS/AndroidAuto/CarPlay, vidros elétricos nas quatro portas com função um-toque, encostos de cabeça e cintos de três pontos para todos os ocupantes do banco traseiro, sistema ISOFIX e Top Tether para assentos infantis, entre outros.
A falta de alguns mimos que um carro de mais de 80 mil pede até pode ser perdoada (como luzes nos quebra-sóis com espelhos), mas não dá para ignorar a ausência inexplicável dos controles de tração e estabilidade. Não há razão para a Honda não ter colocado ambos no City, especialmente pela marca já ter incluído em toda a linha do Fit desde os modelos mais baratos. A pior parte é que esse verdadeiro tiro no pé impede o sedan de repetir o feito das cinco estrelas no Latin NCAP como o Fit, pois o novo protocolo exige a presença do ESP para que um carro tenha chances de conseguir a nota mais alta. Assim, o City sairia com apenas três estrelas.
Dia-a-dia
Todos os carros da Honda que já passaram pelo Volta Rápida possuem uma coisa em comum: a tranquilidade ao rodar. O City é um carro fácil de conduzir, gostoso de andar, confortável, e só não se sai melhor pelos detalhes que faltaram: a ausência de sensores traseiros de estacionamento, apesar de haver a câmera de ré, incomoda pelo fato de ser um sedan. Os "beeps" ajudam muito.
Demais facilidades para o dia-a-dia incluem as duas portas USB que, apesar de mal localizadas, permitem carregar dois aparelhos eletrônicos ao mesmo tempo ou apenas um, deixando a outra porta com um pendrive de músicas conectado, e as luzes indicadoras de direção econômica atreladas ao velocímetro: verdes com condução tranquila, azuis quando agressiva. O multimídia podia ser mais fluído, mas ao menos é repleto de funções e fácil de usar.
A suspensão, como já foi dito acima, proporciona um bom equilíbrio entre conforto e segurança ao rodar, se mostrando firme e evitando rolagem excessiva da carroceria em curvas estreitas; entretanto, a presença dos controles de tração e estabilidade deixariam o conjunto ainda melhor, e colocariam o City em condições de enfrentar a concorrência sem medo de ficar para trás.
Vale a pena?
O City tem bons atributos e poder de convencer os clientes mais conservadores, entretanto, quem faz questão de tecnologia e segurança a bordo sentirá falta de elementos presentes nos concorrentes. Para compensar isso, é um dos poucos a trazer um número satisfatório de airbags e o único da categoria a contar com um conjunto ótico mais refinado, fatores que podem pesar na hora de fechar negócio. O fato de não ter opcionais é outro ponto forte a favor, pois reduz a desvalorização do modelo, uma vez que todos os carros daquela versão X serão equipados da mesma forma.
Ao optar por um City, você levará para casa um sedan de comportamento bastante contido, que não chama atenção e terá uma vida automotiva sem grandes emoções ou sustos. Os donos de modelos mais antigos perceberão as evoluções com bons olhos, mas quem busca um carro que entregue mais do que o trivial deve pensar bem antes de optar pelo japonês.
Ficha técnica
Motor: 1.5, 4 cilindros em linha, 16 válvulas, flex
Igual, mas diferente
Por dentro não há grandes mudanças em relação ao modelo pré-facelift, exceto por alguns detalhes prateados (como no difusor direito de ar condicionado e nos aros dos mostradores do painel) e a nova multimídia com espelhamento para smartphones e tela de 7 polegadas sensível ao toque. Há bom espaço para todos, nichos nas portas para transportar objetos e, por algum motivo desconhecido, mais tranquilidade a bordo do que no Fit. Apesar do acabamento idêntico, o City se mostrou bem mais silencioso que seu irmão dois-volumes, e as coincidências estranhas não param por aí.
Ambos partilham os mesmos tipos de suspensão, conjunto de pneus e rodas, entretanto, o City se comportou de forma mais macia de modo geral, absorvendo os impactos do asfalto ruim com mais eficiência sem se tornar mole demais em curvas. Não é tão suave quanto o Civic, mas se comportou melhor que o Fit e o HR-V nesse aspecto.
"O Velho Fiel"
Debaixo do capô não há surpresas. Levante a peça, e encontrará o mesmo 1.5 i-VTEC flex de sempre com 116cv e 15,3kgfm de torque gerenciado por um câmbio automático do tipo CVT, agora capaz de simular sete marchas no modo Sport ou pelos paddle-shifters atrás do volante. Não é o suprassumo da tecnologia ou da alta performance, mas traz um equilíbrio satisfatório entre desempenho razoável e um bom consumo de combustível, o que é suficiente para o comprador padrão.
O CVT mantém os giros do motor sempre baixos, favorecendo o consumo de combustível (cuja média foi de 13km/l nas condições em que foi mais exigido, como trânsito urbano pesado e ar ligado, até 17km/l rodando na estrada a 90km/h com o carro cheio). O peso de apenas 1.137kg ajuda a economizar, mas não é capaz de abafar a falta de disposição do quatro cilindros quando exigido em ultrapassagens ou subidas de serra: é preciso pisar com mais vontade e jogar o giro do motor lá em cima para fazê-lo vencer o obstáculo, condenando o consumo e os passageiros a ouvir o ronco estridente do motor. Nesse ponto, as marchas simuladas podem ajudar na tarefa.
Repare nos botões "secos" abaixo dos comandos dos retrovisores: um deles deveria ser o do ESP. Painel perdeu aros azuis, mas ganhou detalhes luminosos em branco |
Polêmica desnecessária
A lista de equipamentos do City EXL está na média da concorrência. Ele traz seis airbags, ar condicionado digital automático, volante multifuncional com ajustes de altura e profundidade, retrovisores elétricos com rebatimento e repetidor de direção, faróis Full LED, faróis de neblina, multimídia completa com câmera de ré, duas portas USB, seis alto-falantes e Bluetooth/GPS/AndroidAuto/CarPlay, vidros elétricos nas quatro portas com função um-toque, encostos de cabeça e cintos de três pontos para todos os ocupantes do banco traseiro, sistema ISOFIX e Top Tether para assentos infantis, entre outros.
A falta de alguns mimos que um carro de mais de 80 mil pede até pode ser perdoada (como luzes nos quebra-sóis com espelhos), mas não dá para ignorar a ausência inexplicável dos controles de tração e estabilidade. Não há razão para a Honda não ter colocado ambos no City, especialmente pela marca já ter incluído em toda a linha do Fit desde os modelos mais baratos. A pior parte é que esse verdadeiro tiro no pé impede o sedan de repetir o feito das cinco estrelas no Latin NCAP como o Fit, pois o novo protocolo exige a presença do ESP para que um carro tenha chances de conseguir a nota mais alta. Assim, o City sairia com apenas três estrelas.
Dia-a-dia
Todos os carros da Honda que já passaram pelo Volta Rápida possuem uma coisa em comum: a tranquilidade ao rodar. O City é um carro fácil de conduzir, gostoso de andar, confortável, e só não se sai melhor pelos detalhes que faltaram: a ausência de sensores traseiros de estacionamento, apesar de haver a câmera de ré, incomoda pelo fato de ser um sedan. Os "beeps" ajudam muito.
Demais facilidades para o dia-a-dia incluem as duas portas USB que, apesar de mal localizadas, permitem carregar dois aparelhos eletrônicos ao mesmo tempo ou apenas um, deixando a outra porta com um pendrive de músicas conectado, e as luzes indicadoras de direção econômica atreladas ao velocímetro: verdes com condução tranquila, azuis quando agressiva. O multimídia podia ser mais fluído, mas ao menos é repleto de funções e fácil de usar.
A suspensão, como já foi dito acima, proporciona um bom equilíbrio entre conforto e segurança ao rodar, se mostrando firme e evitando rolagem excessiva da carroceria em curvas estreitas; entretanto, a presença dos controles de tração e estabilidade deixariam o conjunto ainda melhor, e colocariam o City em condições de enfrentar a concorrência sem medo de ficar para trás.
Vale a pena?
O City tem bons atributos e poder de convencer os clientes mais conservadores, entretanto, quem faz questão de tecnologia e segurança a bordo sentirá falta de elementos presentes nos concorrentes. Para compensar isso, é um dos poucos a trazer um número satisfatório de airbags e o único da categoria a contar com um conjunto ótico mais refinado, fatores que podem pesar na hora de fechar negócio. O fato de não ter opcionais é outro ponto forte a favor, pois reduz a desvalorização do modelo, uma vez que todos os carros daquela versão X serão equipados da mesma forma.
Ao optar por um City, você levará para casa um sedan de comportamento bastante contido, que não chama atenção e terá uma vida automotiva sem grandes emoções ou sustos. Os donos de modelos mais antigos perceberão as evoluções com bons olhos, mas quem busca um carro que entregue mais do que o trivial deve pensar bem antes de optar pelo japonês.
Ficha técnica
Motor: 1.5, 4 cilindros em linha, 16 válvulas, flex
Potência: 116cv (E) / 115cv (G) a 6.000rpm
Torque: 15,3kgfm (E ou G) a 4.800rpm
Transmissão: CVT com sete marchas simuladas
Tração: dianteira
Suspensão: independente na dianteira, eixo de torção na traseira
Freios: discos ventilados na dianteira, tambores na traseira
Direção: elétrica
Pneus: 185/55 R16
Comprimento: 4,45m
Largura: 1,69m
Entre-eixos: 2,60m
Altura: 1,48m
Peso: 1.137kg
Porta-malas: 536l
Tanque: 46l
0 a 100km/h (estimado): 12 segundos
Velocidade máxima: 175km/h
Velocidade máxima: 175km/h
Principais equipamentos de série: ar condicionado, vidros elétricos nas quatro portas, travas elétricas, retrovisores com ajustes elétricos, repetidores de seta e rebatimento, sistema de som com seis alto-falantes, banco do motorista e cintos dianteiros com ajuste de altura, console central com porta-copos, duas entradas USB e uma HDMI, iluminação interna no porta-malas, quebra-sóis com espelho, porta-revistas nos bancos dianteiros, bancos em couro, banco traseiro bi-partido, faróis de neblina.
Fotos (clique para ampliar):