Modelo cedido por Costallat Automobile
O prata é uma das cores mais tradicionais da marca. |
Para quase tudo na vida, existe mais de uma forma de se fazer. Falando de esportivo, as receitas são inúmeras, mas todas têm um objetivo em comum: entregar diversão e alta velocidade em doses que um carro normal não conseguiria. Há aqueles que amam os hot hatches, os que são fãs dos turbinados, porém, os mais tradicionais preferem um bom tração traseira com motor aspirado, exatamente como é o veículo do teste da vez: o Mercedes-Benz C63 AMG.
Uma introdução rápida aos que não conhecem: a sigla AMG vem de Aufrecht Melcher Großaspach, sendo os sobrenomes dos dois criadores e da localidade onde tudo começou, respectivamente. Nascida essencialmente como uma preparadora, logo a AMG foi incorporada à Mercedes-Benz e passou a dar um trato todo especial aos modelos da montadora alemã. Em suma: sempre que ver essas três letras associadas a um Mercedes, saiba que se trata de um carro bastante especial.
Para-choques, escapes, aerofólio... os AMG entregam seu trato especial desde o visual. |
O C63 de nosso teste foi cedido pela Costallat Automobile e está à venda por R$150.000, trazendo alguns diferenciais que o tornam ainda mais interessante: saia dianteira da Vorsteiner, rodas aro 19 "multi-spoke", freios maiores com pinças vermelhas e suspensão mais rígida (dois itens do pacote P30), aerofólio traseiro e retrovisores em fibra de carbono, além de escape completo feito pela Akrapovic. Você pode conferir mais detalhes através da página no Facebook no link acima ou pelo Instagram @costallatautomobile.
Voltando a falar do C63 AMG, o modelo surgiu em 2008 durante a terceira geração do Classe C no qual é baseado (codinome W204), se juntando aos outros C que já receberam as três letras mágicas que são os C32, C36, C43 e C55. Foi o primeiro C a utilizar um motor totalmente desenvolvido pela AMG, no caso o M156, seguindo a filosofia one man, one engine, ou "um homem, um motor" em bom português. Todo o processo de montagem do propulsor é conduzido por um único engenheiro, que assina sua obra-prima ao final com uma plaqueta personalizada.
Usina de força é assinada por um único engenheiro. |
Poder de fogo
O motor em questão é um 6.2 de oito cilindros em V e 32 válvulas, capaz de gerar até 457cv a 6.800rpm e 61,2kgfm a 5.000rpm com corte de giro a 7.200rpm. Comandado por uma caixa automática 7G-TRONIC de sete velocidades, ele leva o supersedan alemão de 0 a 100km/h em pouco mais de 4 segundos e atinge máxima limitada em 250km/h. Toda essa força é transmitida somente para as rodas traseiras, o que faz do C63 um carro bastante arisco e agressivo quando provocado, porém, surpreendentemente mais preciso que seus irmãos antigos e não tão poderosos.
A suspensão independente e os freios com discos ventilados nas quatro rodas trabalham em conjunto com a direção hidráulica para manter o C63 nos eixos e, ao volante, passam a exata sensação de solidez na construção. Nada parece subdimensionado ou insuficiente, entretanto, não existe perfeição: com tanta força disponível, os pedais deveriam responder com mais esperteza, bem como os paddle-shifters para trocas manuais no volante. Não é raro ver donos de C63 que apelam para recursos eletrônicos que visam reduzir esse atraso e deixar o alemão mais responsivo.
O motor é 6.2, mas a indicação lateral é 6.3 por homenagem a modelos passados da marca |
Identidade própria
Força bruta não é o único ponto forte do C63 AMG. A montadora trabalhou para fazer dele um carro cheio de personalidade, projetando um bodykit exclusivo com para-lamas volumosos e um sistema de escape capaz de produzir um ronco digno dos muscle cars americanos. Curiosamente, o foco no luxo não foi perdido e, mesmo com seu visual invocado, o C63 se passaria facilmente por um sedan premium qualquer se não fosse o rugido intimidador e grave do V8 debaixo do capô.
Por falar em ronco, essa é a marca registrada do C63 da geração W204 para os entusiastas. A AMG fez um trabalho primoroso no desenvolvimento do sistema de escape, capaz de emitir um som grave e brutal ao alemão em qualquer regime de rotação, até mesmo em marcha lenta (na casa dos 600rpm) onde é possível ouvir o V8 "borbulhando" lá na dianteira. Parece ser uma forma de compensar o tempero mais fraco perante os irmãos maiores que também usam o M156 como, por exemplo, os E63 e S63 da época.
Escola européia
A mecânica pode ser distinta, mas todo o restante é o de um bom e recheado Classe C. De série, há faróis bi-xenon com ajuste automático de altura e lavadores, faróis de neblina com função de luz de conversão estática, ar condicionado digital de três zonas (duas para a frente, uma para os passageiros de trás), bancos dianteiros com três posições de memória e volante com ajustes elétricos, teto solar, central multimídia com GPS, entre outros.
Por dentro, acabamento de muita qualidade e aspecto sóbrio por todos os lados. |
Escola européia
A mecânica pode ser distinta, mas todo o restante é o de um bom e recheado Classe C. De série, há faróis bi-xenon com ajuste automático de altura e lavadores, faróis de neblina com função de luz de conversão estática, ar condicionado digital de três zonas (duas para a frente, uma para os passageiros de trás), bancos dianteiros com três posições de memória e volante com ajustes elétricos, teto solar, central multimídia com GPS, entre outros.
O interior traz fartura de detalhes cromados e peças em alumínio, além de volante com base chata e bancos concha com grandes abas laterais, decorados com o emblema AMG em baixo relevo no encosto de cabeça fixo. Apesar dos bons assentos e das comodidades, não há tanto espaço para as pernas dos ocupantes traseiros devido aos bancos dianteiros volumosos. Transportar quatro adultos de maior estatura em um C63 AMG, só se for por trajetos curtos e/ou rápidos.
Transição na hora certa
O C63 AMG surgiu em uma hora mais do que adequada para a Mercedes-Benz. Das três "preparadoras de fábrica" da tríade alemã, a AMG era a menos conhecida; não tinha o carisma dos Motorsport da BMW e nem a popularidade dos S e RS da Audi. Com o projeto do novo C mais bruto de todos os tempos, a Mercedes viu suas três letras especiais ganharem o mundo e o coração de milhões de entusiastas e apaixonados por carros, pois, o C63 quebrou a ideia de "carro de vovô" e mostrou que a montadora sabia fazer um veículo de comportamento afiado, veloz e brutal sem precisar custar uma fortuna. Ele acumulou prêmios durante sua trajetória e chegou a ser o sedan de produção mais rápido do mundo por um breve tempo.
Mais do que derrubar antigos preconceitos, o C63 AMG chegou numa hora em que a sociedade mundial começava sua grande transição para a era das redes sociais e mídias digitais, fenômenos que ajudaram (e muito) na popularização de coisas que, em outros tempos, apenas alguns afortunados teriam acesso. Tudo isso desempenhou um papel significativo na popularização da AMG, graças ao C63 e sua capacidade de despejar força bruta no asfalto, sempre sendo registrado por câmeras e smartphones que, ao "upar" tais vídeos na internet, mostravam ao mundo que aquela marca da estrela conhecida por fazer carros caretas se transformou.
Em nome da diversão
Guiar o C63 é uma experiência muito divertida. Ao se acomodar no banco concha, basta inserir a chave à direita do volante para vê-lo se ajustar à última posição deixada. Gire mais uma vez e o V8 desperta com fúria e vigor. A tarefa só não será mais prazerosa se o asfalto não for dos melhores, pois, a suspensão não foi feita para transpor obstáculos e bate sem cerimônia; para compensar, o bom acabamento interno inibe as possibilidades de ruídos. Com o controle de estabilidade totalmente atuante (modo ON) e o câmbio no modo Comfort (que pode ser trocado pelo botão próximo à alavanca), o C63 consegue ser guiado com bastante tranquilidade, mantendo o motor na faixa dos 1.500rpm mesmo em velocidade mais alta.
Para ver o lado AMG em ação, há duas opções: pisar fundo ou começar a deixar a eletrônica de lado. Aperte o botão do ESP para colocá-lo no modo Sport, mais permissivo, e o botão do câmbio para fazer o mesmo, e o C63 começa a se soltar. Segure o botão do ESP para desligá-lo quase por completo (atuará somente em caso de frenagens bruscas, a fim de reduzir a chance de acidentes) e aperte o da transmissão para o modo "M" (manual) para sentir o sedan totalmente na sua mão; as trocas de marcha serão feitas pelas aletas atrás do volante e o carro não exitará em tentar sair do seu controle, tal qual uma fera a ser domada. A comparação pode ser clichê, mas acredite: não há como pensar outra coisa estando nessa situação. E por falar em controle, é sabido que quem compra um V8 não está diretamente preocupado com consumo, entretanto, informamos para fins jornalísticos: o urbano fica na casa dos 4km/l enquanto o rodoviário pode beirar os 8km/l.
Vale a pena?
Vale cada centavo e a resposta é direta assim por algumas razões. Primeiro: um C63 dessa geração se encontra facilmente por menos de 200 mil reais, uma pechincha se considerar o quanto e como ele anda. Segundo que, apesar de recheado, ele ainda é de uma época onde não existia tanta eletrônica embarcada como atualmente, o que o faz mais confiável e durável por não ter trezentos sensores espalhados pela carroceria. Terceiro que todo o conjunto voltado ao alto desempenho faz do C63 um dos carros mais interessantes que já passaram pelo Volta Rápida, pois, é completo: anda muito, ronca bonito, faz boa presença e empolga ao volante.
Como nada é perfeito, algumas coisas podem torná-lo um tanto inconveniente para um eventual uso diário como a combinação de suspensão dura + pneus de perfil baixo, a ausência de uma simples porta USB (tão essencial para as "vítimas" dos smartphones de hoje) e a multimídia que apresenta funcionamento um tanto confuso e pouco prático. É uma compra que deve ser feita deixando a razão totalmente de lado (como para qualquer esportivo de alto calibre), pois, o C63 foi concebido para ocupar o posto de carro dos sonhos... E dos sorrisos.
Confira o vídeo completo em nosso canal pelo link abaixo:
Ficha técnica
É desse ângulo que a grande maioria dos outros motoristas vê o C63 AMG na maior parte do tempo |
Transição na hora certa
O C63 AMG surgiu em uma hora mais do que adequada para a Mercedes-Benz. Das três "preparadoras de fábrica" da tríade alemã, a AMG era a menos conhecida; não tinha o carisma dos Motorsport da BMW e nem a popularidade dos S e RS da Audi. Com o projeto do novo C mais bruto de todos os tempos, a Mercedes viu suas três letras especiais ganharem o mundo e o coração de milhões de entusiastas e apaixonados por carros, pois, o C63 quebrou a ideia de "carro de vovô" e mostrou que a montadora sabia fazer um veículo de comportamento afiado, veloz e brutal sem precisar custar uma fortuna. Ele acumulou prêmios durante sua trajetória e chegou a ser o sedan de produção mais rápido do mundo por um breve tempo.
Mais do que derrubar antigos preconceitos, o C63 AMG chegou numa hora em que a sociedade mundial começava sua grande transição para a era das redes sociais e mídias digitais, fenômenos que ajudaram (e muito) na popularização de coisas que, em outros tempos, apenas alguns afortunados teriam acesso. Tudo isso desempenhou um papel significativo na popularização da AMG, graças ao C63 e sua capacidade de despejar força bruta no asfalto, sempre sendo registrado por câmeras e smartphones que, ao "upar" tais vídeos na internet, mostravam ao mundo que aquela marca da estrela conhecida por fazer carros caretas se transformou.
Central multimídia fica escondida por baixo de uma tampa. |
Em nome da diversão
Guiar o C63 é uma experiência muito divertida. Ao se acomodar no banco concha, basta inserir a chave à direita do volante para vê-lo se ajustar à última posição deixada. Gire mais uma vez e o V8 desperta com fúria e vigor. A tarefa só não será mais prazerosa se o asfalto não for dos melhores, pois, a suspensão não foi feita para transpor obstáculos e bate sem cerimônia; para compensar, o bom acabamento interno inibe as possibilidades de ruídos. Com o controle de estabilidade totalmente atuante (modo ON) e o câmbio no modo Comfort (que pode ser trocado pelo botão próximo à alavanca), o C63 consegue ser guiado com bastante tranquilidade, mantendo o motor na faixa dos 1.500rpm mesmo em velocidade mais alta.
Para ver o lado AMG em ação, há duas opções: pisar fundo ou começar a deixar a eletrônica de lado. Aperte o botão do ESP para colocá-lo no modo Sport, mais permissivo, e o botão do câmbio para fazer o mesmo, e o C63 começa a se soltar. Segure o botão do ESP para desligá-lo quase por completo (atuará somente em caso de frenagens bruscas, a fim de reduzir a chance de acidentes) e aperte o da transmissão para o modo "M" (manual) para sentir o sedan totalmente na sua mão; as trocas de marcha serão feitas pelas aletas atrás do volante e o carro não exitará em tentar sair do seu controle, tal qual uma fera a ser domada. A comparação pode ser clichê, mas acredite: não há como pensar outra coisa estando nessa situação. E por falar em controle, é sabido que quem compra um V8 não está diretamente preocupado com consumo, entretanto, informamos para fins jornalísticos: o urbano fica na casa dos 4km/l enquanto o rodoviário pode beirar os 8km/l.
Rodas aro 19 são opcionais. |
Vale a pena?
Vale cada centavo e a resposta é direta assim por algumas razões. Primeiro: um C63 dessa geração se encontra facilmente por menos de 200 mil reais, uma pechincha se considerar o quanto e como ele anda. Segundo que, apesar de recheado, ele ainda é de uma época onde não existia tanta eletrônica embarcada como atualmente, o que o faz mais confiável e durável por não ter trezentos sensores espalhados pela carroceria. Terceiro que todo o conjunto voltado ao alto desempenho faz do C63 um dos carros mais interessantes que já passaram pelo Volta Rápida, pois, é completo: anda muito, ronca bonito, faz boa presença e empolga ao volante.
Como nada é perfeito, algumas coisas podem torná-lo um tanto inconveniente para um eventual uso diário como a combinação de suspensão dura + pneus de perfil baixo, a ausência de uma simples porta USB (tão essencial para as "vítimas" dos smartphones de hoje) e a multimídia que apresenta funcionamento um tanto confuso e pouco prático. É uma compra que deve ser feita deixando a razão totalmente de lado (como para qualquer esportivo de alto calibre), pois, o C63 foi concebido para ocupar o posto de carro dos sonhos... E dos sorrisos.
Confira o vídeo completo em nosso canal pelo link abaixo:
Ficha técnica
Motor: 6.2, 8 cilindros em V, 32 válvulas, aspirado
Potência: 457cv a 6.800rpm
Torque: 61,2kgfm a 5.000rpm
Transmissão: automática de sete marchas
Tração: traseira
Suspensão: independente nas quatro rodas
Freios: discos ventilados nas quatro rodas
Direção: hidráulica
Pneus: 245/35 ZR19 na dianteira, 275/35 ZR19 na traseira
Comprimento: 4,72m
Largura: 1,79m
Entre-eixos: 2,76m
Altura: 1,43m
Peso: 1.655kg
Porta-malas: 475 litros
Tanque: 66 litros
0 a 100km/h: 4,2 segundos
Velocidade máxima: 250km/h (limitada)
Principais equipamentos de série: ar condicionado digital de três zonas, retrovisores com ajustes elétricos, repetidores de seta e rebatimento, faróis bi-xenon com ajuste automático de altura, banco dianteiros tipo concha com ajustes elétricos, aquecimento e três posições de memória, quebra-sóis com espelho e iluminação, teto solar elétrico, sensores dianteiros e traseiros de estacionamento, piloto automático, seletor de modos de câmbio, acabamento interno com detalhes em alumínio e revestimento em couro, volante com ajustes elétricos e faróis de neblina.
Velocidade máxima: 250km/h (limitada)
Principais equipamentos de série: ar condicionado digital de três zonas, retrovisores com ajustes elétricos, repetidores de seta e rebatimento, faróis bi-xenon com ajuste automático de altura, banco dianteiros tipo concha com ajustes elétricos, aquecimento e três posições de memória, quebra-sóis com espelho e iluminação, teto solar elétrico, sensores dianteiros e traseiros de estacionamento, piloto automático, seletor de modos de câmbio, acabamento interno com detalhes em alumínio e revestimento em couro, volante com ajustes elétricos e faróis de neblina.
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