quinta-feira, 5 de abril de 2018

Erros e Acertos: Virtus X Cronos

Por Redação
Fotos: Divulgação




O ano de 2017 trouxe novidades significativas para o mercado automotivo brasileiro. A fim de lhe ajudar na doce tarefa de escolher um carro novo, decidimos elaborar uma série de análises sobre esses lançamentos e seus principais concorrentes, onde vamos abordar os principais pontos fortes e fracos de cada novidade por segmento.


Volkswagen Virtus

O Volkswagen Virtus é o segundo produto da ofensiva de 20 lançamentos que a marca prometeu para até 2020. O sedan do Polo foi lançado depois do irmão hatch e, apesar de dividir o mesmo conjunto mecânico e a plataforma, tem algumas particularidades como o maior entre-eixos que chega a se equiparar com o do Jetta, um sedan superior.

O Virtus não chegou em um momento favorável, pois os SUVs vem dominando o mercado em todo o mundo e ameaçando algumas categorias muito tradicionais, incluindo os três-volumes. Será que ele conquistará o consumidor brasileiro? Só o tempo vai dizer.

Dobradinha - o ponto forte do Polo é a segurança, pois vem com quatro airbags de série em todas as versões e as de entrada podem receber controles de tração e estabilidade como opcionais. O Virtus repete a dose, o que somado à modernidade do projeto, conferiu cinco estrelas no Latin NCAP ao sedan.

Espaço - o alongamento do entre-eixos deixou o Virtus bastante espaçoso para todos, além do porta-malas de 521 litros que comporta com eficiência as bagagens da família. No geral, quem procura um sedan precisa de espaço, e o sedan alemão não faz feio.

Desempenho - o Virtus é só um pouco mais pesado que o Polo em suas respectivas versões (cerca de 48kg em média), o que não comprometeu a boa combinação de desempenho satisfatório com economia de combustível.


Os acertos foram certeiros (com o perdão da redundância), mas a Volkswagen poderia ter aprendido com o Polo que, apesar de também ser novo, já deixou bem evidente os seus principais erros.


Preços - o Virtus custa consideravelmente mais que o Polo nas mesmas versões, e não traz nenhuma diferença em matéria de equipamentos ou conjunto/acerto mecânico. Pior: para reduzir essa diferença, a marca resolveu aumentar ligeiramente os preços do hatch ao invés de abaixar os do sedan, mas isso se explica nas boas médias de vendas que o novato vem mantendo. Se tem quem compre, não há porque baixar - é simples.

Versões - muita gente sente falta do Polo 1.6 automático (que é vendido no país vizinho, Argentina), e agora sente falta também do Virtus 1.6 automático. Uma possível explicação pra isso é a recente confirmação vinda da própria VW de que Gol e Voyage ganharão, ainda esse ano, câmbio automático; uma estratégia duvidosa, mas direta de motivar o consumidor a levar os veteranos pra casa.

Acabamento - sedans costumam ser associados a um maior refinamento e capricho na construção, contudo, mesmo custando mais que o Polo, o Virtus repete o acabamento que deixa a desejar com fartura de plástico, alguns pontos de rebarba e pouquíssimas superfícies com tecido; para ser mais direto, apenas nas portas dianteiras onde o braço fica em contato. É um dos pontos mais criticados no hatch, e logo será também no sedan.



Fiat Cronos

O Cronos chegou com a mesma difícil missão do Argo, hatch do qual é derivado: substituir modelos famosos no mercado brasileiro como a linha Siena/Gran Siena e até o finado Linea, o que o posiciona como um produto-chave na gama da montadora italiana. Para isso, ele conta com um bom leque de opções entre 53 e 80 mil reais e design elegante, se distanciando do irmão compacto.

A estratégia que a Fiat adotou para o Cronos foi parecida com a da VW para o Virtus; não há versão com motor 1.0. A mais barata traz o conhecido 1.3 Firefly, enquanto a mais cara usa o 1.8 E.torQ e sempre há opção de transmissão manual, automática (1.8) ou automatizada (1.3). Vamos ver quais os principais acertos e erros da novidade italiana a seguir.

Estilo - por melhor que um carro seja, não fará sucesso se for feio. Gosto é pessoal e todo mundo sabe, mas assim como o Argo, é difícil ver alguém fazer críticas negativas ao design do Cronos. A Fiat criou uma dianteira exclusiva para o sedan, que combina com a traseira cujas lanternas em LEDs conferem um ar de Alfa Romeo.

Opções - a Fiat observou a Volks e não quis repetir alguns dos erros da concorrente. Se você quiser um Cronos 1.3 onde não precise passar marchas, basta levar o Drive 1.3 GSR com câmbio automatizado; não é o melhor do mundo, mas já é um adianto pra quem busca mais conforto.

Preços - as diferenças de preço entre o Argo e o Cronos, em suas respectivas versões, são mínimas. Uma vez que o conjunto mecânico é o mesmo e o pacote de equipamentos também, nada mais justo.


E onde o Cronos errou? Na nossa opinião, foi nos seguintes tópicos:


Plataforma - como dissemos acima, geralmente quem compra um sedan está precisando de mais espaço. O Cronos tem um bom porta-malas, mas manteve o entre-eixos do Argo; não chega a ser apertado, mas decepciona quem gasta um pouco mais para levar o três-volumes e ter mais conforto para as pernas.

Segurança - assim como no Argo, a Fiat restringiu os controles de tração e estabilidade do Cronos às versões mais caras; nas mais baratas, sequer como opcional. E se quiser airbags laterais, precisará gastar em torno de 6.000 reais para levá-los junto do opcional kit Stile, obrigatório na composição.

Tecnologia - o Cronos vem com todo o essencial, mas se deseja os itens "legais" tão divulgados nas propagandas (como o ar condicionado digital, sensores de chuva e crepuscular, câmera de ré, entre outros) precisará incluir pacotes opcionais na conta. Quando totalmente equipado, o Cronos mais caro sai por R$82.330.


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