Modelo cedido pela Toyota do Brasil
Ser o mais vendido de toda a história, em um mercado tão diversificado e que está em constante transformação, definitivamente não é pra qualquer um. A Toyota conseguiu transformar o Corolla em um best-seller como jamais visto; só no mercado brasileiro, o sedan médio vende mais do que todos os concorrentes juntos e com uma larga folga do segundo lugar -onde Civic e Cruze vem disputando a tapas-.
O curioso é que nem isso impediu a japonesa de realizar algumas alterações no modelo para a linha 2018, mostrando que ouviu as queixas dos clientes e que observa os adversários para não ficar pra trás.
O curioso é que nem isso impediu a japonesa de realizar algumas alterações no modelo para a linha 2018, mostrando que ouviu as queixas dos clientes e que observa os adversários para não ficar pra trás.
Recebemos da Toyota do Brasil uma unidade da versão mais vendida para avaliação; a intermediária XEi, que tem o preço base de R$103.990,00 cujos únicos opcionais são as cores metálicas e perolizadas.
Visual
A geração atual deu um discreto toque de esportividade ao sedan, que era excessivamente quadrado e agora conta com mais recortes e vincos na carroceria. Para 2018, as alterações do XEi foram discretas e se concentram em maior parte na dianteira; para-choque novo com a porção da grade e acabamento dos faróis de neblina em tom grafite brilhante, faróis mais finos com luzes diurnas (DRL) em LED de série e grade mais estreita que invade a porção superior dos faróis. Novas rodas de 17 polegadas e lanternas com porção superior do tipo "cristal" e novo arranjo luminoso completam as alterações externas. Por dentro, as diferenças se limitam aos novos difusores de ar em forma de turbina (nas extremidades do painel) e ao relógio que foi deslocado para o lado direito da central multimídia, que no modelo 2018 é a mesma das atuais SW4 e Hilux.
O nosso exemplar traz a cor Cinza Granito, que custa R$1.450 à parte e é uma das sete opções de cores disponíveis; as demais incluem o Branco Polar (a única sem custo) e a mais cara, Branco Perolizado que sai por R$1.750.
Mudanças na lateral? Repare nas rodas aro 17 e nos filetes cromados nas maçanetas, detalhe antes exclusivo do topo Altis |
Mecânica
Debaixo do capô se encontra o único elemento inalterado no Corolla 2018: o motor. São 154cv (E) / 143cv (G) e 20,7kgfm (E) / 19,4kgfm (G) extraídos de um 2.0 16v Dual VVT-i (com comando variável de válvulas) naturalmente aspirado e flex, que é gerenciado por um câmbio automático do tipo CVT com simulação de sete marchas, modo Sport e possibilidade de trocas na alavanca ou nos paddle shifters atrás do volante. A tração é dianteira como sempre, a direção é elétrica, os freios são a disco nas quatro rodas e a suspensão utiliza eixo de torção na traseira.
No geral, o Corolla possui um comportamento agradável sem ser excessivamente macio, e a dupla de motor e câmbio faz um bom casamento conferindo disposição ao japonês. A suspensão de eixo de torção consegue absorver as imperfeições da rua sem maiores incômodos, mas fica devendo no comportamento dinâmico que poderia ser mais "afiado".
No geral, o Corolla possui um comportamento agradável sem ser excessivamente macio, e a dupla de motor e câmbio faz um bom casamento conferindo disposição ao japonês. A suspensão de eixo de torção consegue absorver as imperfeições da rua sem maiores incômodos, mas fica devendo no comportamento dinâmico que poderia ser mais "afiado".
Lanternas são novas; a porção superior é do tipo "cristal" com lente transparente, enquanto na porção inferior os LEDs foram rearranjados e separados, distinguindo luzes de freio das luzes de posição |
Tecnologia
Aqui se concentram as maiores e melhores novidades do Corolla 2018. Agora o sedan traz de série, desde a versão de entrada, controles eletrônicos de tração, estabilidade e nada menos que sete airbags (dois frontais, laterais, de cortina e um de joelho para o motorista), além das luzes diurnas em LED. O XEi conta com ar condicionado digital e automático, sistema keyless de partida por botão e abertura/travamento de portas sem chave (por sensores nas maçanetas), multimídia com GPS/Bluetooth/USB/Aux e comandos no volante, vidros elétricos com função um-toque nos quatro, câmera de ré retrovisores com rebatimento elétrico, faróis com acendimento automático, cruise control, computador de bordo multifuncional com tela de alta definição, lanternas em LEDs, rodas de 17 polegadas, interior em dois tons (cinza claro e preto) com bancos de couro, retrovisor interno fotocrômico, faróis de neblina, ISOFIX, cintos de três pontos e encosto de cabeça para os três ocupantes do banco traseiro, sensores dianteiros de estacionamento, volante com regulagem de altura e profundidade e banco do motorista com regulagem de altura.
O pacote é bem servido, mas não infalível; faltaram freio de estacionamento por botão, difusores traseiros de ar condicionado e a opção do teto solar, item presente no Corolla em outros mercados mundo afora. Alguns mimos exclusivos da versão de topo Altis também seriam bem-vindos, uma vez que o modelo ultrapassa a faixa dos R$100.000.
A cabine esbanja sobriedade por todos os lados. Tudo bonito e bem acabado, mas os materiais poderiam ser melhores |
Como anda
O Corolla é um carro voltado para o público mais maduro, o que fica evidente quando se olha para o sedan e mais ainda quando se anda. O motor 2.0 trabalha com tranquilidade e eficiência, auxiliado pelo CVT que garante as "trocas" simuladas imperceptíveis e mantém o giro na faixa dos 1500rpm em trecho urbano, e por volta dos 2000rpm em percurso rodoviário a 110km/h. Abastecido com gasolina, o modelo apresentou consumo de 10,7km/l em trecho urbano com o ar condicionado ligado, e 12,5km/l em percurso rodoviário.
É bom observar que ao pisar fundo no pedal, o comportamento do sedan se transforma e é possível fazer ultrapassagens ou sair de situações difíceis sem problemas; ainda falando de problemas, a adição dos controles eletrônicos de segurança garantiu uma melhora significativa no comportamento geral em curvas e na estabilidade, mas a troca do sistema de eixo de torção por uma suspensão independente seria o ideal.
É bom observar que ao pisar fundo no pedal, o comportamento do sedan se transforma e é possível fazer ultrapassagens ou sair de situações difíceis sem problemas; ainda falando de problemas, a adição dos controles eletrônicos de segurança garantiu uma melhora significativa no comportamento geral em curvas e na estabilidade, mas a troca do sistema de eixo de torção por uma suspensão independente seria o ideal.
Conforto sempre foi um dos pontos fortes do modelo. Quatro adultos viajam bem e com a comodidade do apoio de braço tanto na frente quanto atrás, e com um bom espaço para bagagens graças aos 470 litros do porta-malas. No mais, a Toyota declara ter revisado o isolamento acústico do carro e também elevado a suspensão por conta das novas rodas de aro 17.
Japonês pelas ruas de Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro |
Vale a pena?
O Corolla é o tipo de produto que dispensa propaganda. O sedan se tornou famoso por sua confiabilidade, conforto e por garantir uma vida pacífica ao seu comprador, combinando a mecânica sem firulas ao pacote conservador, porém completo com todo o básico necessário para a categoria. Os concorrentes trazem motores mais modernos, câmbios melhores e mais itens de série, entretanto, o Corolla se posiciona no mundo dos carros como o iPhone se encaixa para os smartphones; um produto que apesar de não estar na ponta das inovações tecnológicas, consegue fazer tudo que se propõe, sem entregar menos do que promete, transmitindo confiança e fazendo boa vista frente aos demais.
Confira mais fotos do Corolla XEi 2018 (clique para ampliar):